O Governo liderado por Aristides Gomes denunciou esta quarta-feira, 06 de Novembro de 2019, aquilo que considera “ignóbil tentativa” do Presidente da República cessante e candidato às eleições presidenciais de 24 de novembro, José Mário Vaz, em impor, a todo o custo, o “Governo inconstitucional e ilegal” por ele instituído e que foi condenado pela comunidade internacional.
A denúncia do executivo demitido pelo Chefe do Estado cessante consta do comunicado à imprensa lido na voz do ministro da Presidência do Conselho de Ministros e Assuntos Parlamentares e Porta-voz do Governo, Armando Mango, depois da reunião extraordinária do Conselho de Ministro desta quarta-feira, que decorreu no salão Francisco Mendes “Tchico Té”.
“Condenar, com veemência, a convocação da pretensa reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional pelo Presidente José Mário Vaz, nos moldes em que o fez e num momento em que decorre a campanha eleitoral com vista às eleições presidenciais de 24 de novembro em curso, visto que configura um grave atentado ao clima de paz e de estabilidade reinantes no país e confirma a tese de tentativa de golpe de Estado denunciado, em tempo útil, pelo primeiro-ministro Aristides Gomes”, lê-se na nota do governo.
O governo condena igualmente toda e qualquer tentativa de coação e ameaças sobre os agentes de segurança e da ordem, “visando levá-los a executar o plano de golpe de Estado” e ao mesmo tempo encorajo-os a manterem-se fiéis aos desígnios da paz e estabilidade e determinados ao cumprimento da sua missão republicana de defesa da ordem democrática estabelecida e a manterem-se equidistantes das atuais querelas políticas “cuja responsabilidade cabe, por inteiro, a José Mário Vaz” .
O apelo de governo de Aristides Gomes é extensivo ainda aos funcionários públicos que prestam serviço no palácio de governo a retomarem os trabalhos e ao povo que se mantenha calmo e sereno “perante esta tentativa vã de José Mário Vaz em provocar a desestabilização do país e comprometer o processo eleitoral em curso na Guiné-Bissau”.
No mesmo comunicado, o governo expressa a sua preocupação relativamente a outros fatos que podem desestabilizar da Guiné-Bissau e acusa José Mário Vaz, candidato na corrida às presidenciais, de pretender impedir a realização do julgamento dos suspeitos de tráfico de droga detidos no âmbito da operação “ Carapau”, levada a cabo pela Polícia de Investigação Criminal, Polícia Judiciária.
Finalmente, congratula-se com a Comunidade Internacional e ao mesmo tempo apela-a a que continue a poiar o governo liderado por Aristides Gomes, sobretudo na tomada de decisões que se adequem às circunstâncias atuais, evitando, assim, a paralisia do serviço público e o adiamento das eleições presidenciais agendadas para ter lugar dentro de pouco mais de duas semanas.
“Tendo em conta os desafios do desenvolvimento que impedem sobre a o governo e o país”, concluiu o governo.
Por: Assana Sambú/Filomeno Sambú