
O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) para o Sector Autónomo de Bissau (SAB), Edmar Nhaga, considerou esta quarta-feira na Casa dos Direitos em Bissau que a sua organização está preocupada com aquilo que designou de “episódios da violência gratuita’’, que continua a ser perpetrada pelos agentes policiais.
O ativista condenou o procedimento do Ministério da Administração Interna Interior que várias vezes tem tentado comandar investigações, exortou o departamento chefiado por Botche Candé que deixasse os órgãos competentes fazerem seus trabalhos e parasse de encobrir seus agentes.
Nhaga apontou como exemplos, as agressões físicas contra os cidadãos Inussa Djaló e Ambrósio Mendes Martins, supostamente por parte de dois agentes da Polícia da Intervenção Rápida (PIR) que, de acordo com as declarações das vítimas trata-se de Abdulai Cassamá e Manuel Correia Alves.
Edmar Nhaga falava numa conferência de imprensa conjunta com as vítimas das supostas agressões físicas por parte dos agentes policiais. O responsável da LGDH a nível da nossa capital disse que o caso que envolve a vítima Inussa Djaló encontra-se no Ministério Público (MP), sublinhando que até então o agressor não se apareceu para responder por aquilo que foi notificado.
Inussa Djaló, que era condutor de um táxi pertencente ao agente da PIR, nesse caso, Abdulai Cassamá, contou durante a conferência que um dia em pleno serviço de taxi teve desentendimento com o proprietário da viatura que o terá brutalizado em plena rua.
Não obstante tudo isso, Inussa revelou que Abdulai Cassamá o terá desafiado que queixar em qualquer instância não surtirá efeito, porque, não vai responder a nenhuma queixa. Explicou ainda que o caso chegou ao Ministério Público que já enviou dois ofícios para a corporação do suposto agressor e este nunca foi responder.
Por seu lado, Ambrósio Mendes Martins explicou que foi agredido à frente da sua residência na passada sexta-feira quando saía da discoteca “Sabura”. De acordo com a sua explicação, por volta das 3 horas da madrugada foi abordado pelo seu suposto agressor, agente policial que estava de serviço naquele perímetro.
“O agente chamou um nome que não era meu por isso não respondi. Alguns minutos depois apareceram os meus colegas que foram abordados pelo mesmo agente de que era proibida a permanência no local. De seguida, o agente veio ter comigo alegando que eu não quis responder quando me chamara e repliquei que o nome que ouvi não era meu. Na sequência da minha resposta ele começou logo a brutalizar-me”, contou o jovem.
Edmar reiterou a preocupação da Liga sobre violações constantes pelos agentes dos direitos humanos de cidadãos que juraram defender com as suas fardas e garantiu que a LGDH nunca compactuará com práticas de barbaridade.
Nhaga disse que a lei deve prevalecer acima de tudo e de todos, sustentando que qualquer tipo de acto criminoso deve ter a sua responsabilização criminal. “Qualquer agente que actuar criminosamente deve ser responsabilizado criminalmente pelo seu acto”, insistiu.
Por: Sene Camará