
O julgamento de 12 pessoas detidas na maior apreensão de cocaína na Guiné-Bissau começou esta terça-feira, 07 de janeiro, em Bissau, nas antigas instalações do Supremo Tribunal de Justiça, sob fortes medidas de segurança. No local, situado em Bissau Velho, era visível um forte dispositivo de segurança, estando condicionada a passagem de viaturas e pessoas.
No âmbito do processo foram constituídos suspeitos 12 pessoas, nomeadamente sete guineenses, três colombianos, um mexicano e um maliano, estando em fuga um guineense e um mexicano, que lideravam a organização e para quem foi emitido um mandado de captura internacional. As 12 pessoas são suspeitas de indícios da prática de crime de tráfico de droga, associação criminosa e branqueamento de capitais.
Em setembro, a PJ guineense anunciou a apreensão de 1.869 quilogramas de cocaína no norte da Guiné-Bissau no âmbito de uma operação, que ficou conhecida como “Navarra”. Segundo a acusação do Ministério Público, a que a Lusa teve acesso, seis dos suspeitos “agruparam-se entre si com a intenção de, por forma concertada, em atuação articulada, estruturada e continuada no tempo, darem concretização a um plano, gizado por uns e aceite por outros, que tem como finalidade a introdução de grandes quantidades de produtos estupefacientes, neste particular, cocaína na Guiné-Bissau”.
O Ministério Público refere também que o suspeito mexicano era o “chefe principal da agremiação na Guiné-Bissau” e era coadjuvado por um guineense na “preparação e coordenação de todas as operações em terra, antes, durante e depois dos desembarques do produto estupefaciente”.
Os dois, segundo o Ministério Público, deslocavam-se “amiúde” à ilha de Caravela, Quinhamel, Ponta Pedra, Canchungo, Caio e Djita, onde “estudavam o terreno e estabeleciam contactos com vista a preparar e facilitar as operações de desembarque”.
O Ministério Público salienta que para disfarçar as “operações de tráfico de droga” foram criadas empresas, com sede em Bissau, e ainda uma fábrica de gelo, em Varela, um propriedade agro-rural, no Saltinho, um restaurante, em Bissau, e um “cacifo”, em Caio, que “serviam, às vezes, de locais de armazenamento dos referidos produtos estupefacientes”.
No âmbito da investigação, foram também congeladas várias contas bancárias e propriedades, que o Ministério Público pede que revertam a favor do Estado.
Em novembro, o Tribunal Regional de Bissau condenou a penas entre os 14 e 15 anos de prisão três pessoas detidas no âmbito da operação “Carapau”, que culminou com a apreensão de 789 quilogramas de cocaína, apreendidas em 08 de março.
Por: Redação
O Democrata/Lusa
Agora é mais de que nunca a hora mais certa para a justiça da Guiné-Bissau mostrar a sua competência e credibilidade ao seu povo de resolver os seus problemas, portanto que seja mesmo encarada assim com seriedade e honestidade sem aceitar subornos.