
O Partido da Renovação Social (PRS) instou a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) a tomar medidas conducentes à tomada de posse de Úmaro Sissoco Embaló e da responsabilidade a que pode ficar sujeita se não tomar “medidas rápidas e enérgicas”. Aconselhou, por isso, a CEDEAO a abdicar de anúncios paliativos para que o verdadeiro vencedor das eleições presidenciais de 29 de dezembro tome posse dentro de 45 dias, depois de anúncio definitivo dos resultados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
A advertência dos renovadores foi tornada pública na terça-feira, 28 de janeiro de 2020, num comunicado à imprensa lido pelo porta-voz do partido, Victor Pereira.
“A entidade que monitoriza todo o processo eleitoral está na posse da verdade sobre estas eleições, consideradas justas, livres e transparentes”, afirmou.
O porta-voz do PRS referiu que o seu partido reserva-se o direito de questionar “a verdadeira posição da organização sub-regional perante este rol de tergiversações e de manobras dilatórias”.
Acusou o candidato do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, em conluio com o Supremo Tribunal de Justiça, de produzirem um “despacho desestabilizador posto a circular há dias na praça”.
Segundo o porta-voz do PRS, o despacho terá sido uma obra de um único juiz conselheiro “quando o próprio sabe que em nenhum momento um despacho pode revogar um acórdão”.
“Domingos Simões Pereira e o PAIGC nunca acatam as decisões dos tribunais, quando os acórdãos não lhes convêm. Lembramos o caso da reintegração do Baciro Djá como terceiro vice-presidente do PAIGC, da reintegração dos 15 deputados no partido e do fecho da Assembleia Nacional Popular por mais de três anos”, assinalou.
O dirigente dos renovadores notou que no que diz respeito ao ponto 6 do comunicado da CEDEAO, o PRS já não poderá estar tanto em sintonia com a organização sub-regional, porque “aí já se vislumbram dois pesos e duas medidas nas sanções que devem e podem ser aplicadas aos prevaricadores, tal como Domingos Simões Pereira e companhia que não acatam as decisões definitivas da CNE, sobre o legítimo vencedor da segunda volta das eleições presidenciais que é o general Úmaro Sissoco Embaló”.
“O PRS apesar de acompanhar as recomendações da CEDEAO aí descritas para que se feche o ciclo das eleições a fim de poder acompanhar as autoridades e o povo nos esforços da consolidação da democracia, da promoção da paz e da estabilidade, condições indispensáveis para implementação das prioridades do desenvolvimento socioeconômico (…) manifesta a sua reserva em relação ao posicionamento da organização’’. lês-se no comunicado dos renovadores.
Victor Pereira lembrou no comunicado que, recentemente, a CEDEAO não hesitou sequer um minuto em pronunciar-se a favor da aplicação de severas sanções, no ultimato de 48 horas, se o governo do Faustino Imbali não fosse demitido.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A