O Primeiro-Ministro, Aristides Gomes, afirmou ao meio desta tarde, 27 de fevereiro de 2020, que a investidura de Úmaro Sissoco Embaló, ao cargo de Presidente da República, sem que o contencioso eleitoral que corre seus trâmites legais no Supremo Tribunal de Justiça tenha tido um desfecho judicial, “é uma atitude de guerra que põe de lado uma instituição fundamental de justiça na sua veste de tribunal constitucional”. 

“É uma situação grave para o processo de constituição das instituições do reforço do Estado de direito no nosso país. É um precedente muito mau, uma atitude de guerra, se quiserem… A partir do momento em que nessa matéria predomina a decisão unilateral quer dizer que se escreve numa perspetiva de conflito”, advertiu.

Aristide Gomes falava à saída da reunião com um grupo de embaixadores acreditados na Guiné-Bissau e a comunidade internacional agrupado no chamado P5 (as Nações Unidas, a União Africana, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental – CEDEAO, CPLP e a União Europeia) para analisar atual cenário político e a investidura de Úmaro Sissoco Embaló para exercer as funções de novo chefe de Estado guineense.

Em declarações aos jornalistas, Primeiro-Ministro assegurou que o executivo vai ser perseverante e continuar a trabalhar para que a Guiné-Bissau seja um país de paz, refletir para o desenvolvimento e garantir a segurança aos cidadãos.

Depois de mantido três reuniões com o P5 e embaixadores, Aristides Gomes referiu que o mostra que a situação é preocupante não são as três reuniões, é o objeto dos três encontros.

“Vamos continuar na perspetiva dissuasiva e garantir que todos os cidadãos nacionais e estrangeiros se sintam em segurança e num clima de paz. Reunimos com todos os embaixadores ”, afirmou.

“É mais do que uma afronta… É uma tentativa de subverter a ordem estabelecida constitucionalmente, portanto isto é que se chama em linguagens de todos os dias golpe de estado”, insistiu.

Por: Filomeno Sambú

Foto: F.S