CENTRAIS SINDICAIS PROSSEGUEM COM PARALISAÇÕES E AGUARDAM UM INTERLOCUTOR QUE GERE O PAÍS

O secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), Júlio Mendonça, afirmou que as duas centrais sindicais, a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau (CGSI-GB), não vão suspender a greve na função pública até que haja um interlocutor que tenha controlo total do aparelho do Estado e da administração pública.

A posição das duas maiores organizações sindicais do país foi tornada pública esta quarta-feira, 04 de março de 2020, em entrevista exclusiva ao jornal O Democrata para falar sobre os novos planos e estratégias concernentes às reivindicações dos sindicatos, que já vão na sua nova vaga.

ʺInfelizmente, não vamos suspender as paralisações na administração pública e vamos aguardar que o governo nos chame para analisarmos em conjunto os pontos que constam no nosso pré-aviso de greve, porque esses pontos são o reflexo do memorando de entendimento assinado como o executivo da Guiné-Bissau no passado dia 28 de agosto de 2019. Portanto, a nossa greve ainda está de péʺ, referiu o sindicalista. 

Para Júlio Mendonça, não é relevante neste momento para os sindicatos fazerem qualificação de governos, de A ou B. 

“O importante para nós é quem tem o controlo do aparelho de Estado e seja a pessoa que vai gerir a coisa pública vamos negociar com ele, desde que nos chame para apresentarmos as preocupações dos trabalhadores da Guiné. O Estado é Estado e nunca pára”, notou.

O sindicalista deixou claro que o pacote de reivindicações será o mesmo, seja com quem for e sublinhou  que a falta de coerência do governo de Aristides Gomes levou os sindicatos a assumirem posições extremas para fazer valer os direitos dos trabalhadores.

Em reação a essa atitude, Júlio Mendonça lembrou que as centrais sindicais  tinham dado benefício de dúvida ao governo de Aristides Gomes e volvidos cinco meses não conseguiu cumprir nada. Frisou que o mais caricato de tudo isso é que todos os pontos apresentados eram exequíveis e que se o governo tivesse vontade não teria nenhum constrangimento em executá-los.

“Mas nós percebemos que  havia um desleixo total e falta de vontade do mesmo executivo em resolver os problemas dos sindicatos e, consequentemente, sentar-se à mesma mesa com os sindicatos para analisar a situação, por isso estamos em greve”, reforçou.

O líder da maior central sindical do país afirmou que um dos pontos fundamentais das exigências apresentadas continua a ser a disciplina e rigor no que tem a ver com o ingresso das pessoas na função pública, porque “o princípio da legalidade deve imperar no aparelho de Estado e não vamos permitir que haja brincadeira”.

Júlio Mendonça disse que não vão tolerar a desordem na função pública, o ingresso de pessoas no aparelho de Estado sem respeito aos princípios que orientem o funcionamento da administração pública  e exigiu que seja reposta a legalidade e a imediata suspensão das pessoas que foram colocadas na administração sem concurso público e, consequentemente, submetidas ao novo concurso público  para efeitos de ingresso na função pública.

Questionado por que razão as centrais sindicais não reagiram ao encerramento das emissões da Televisão da Guiné-Bissau (TGB) e a Radiodifusão Nacional (RDN), Júlio Mendonça esclareceu que o assunto não lhes compete e seria improdutivo estar a duplicar reações sobre a mesma matéria, que tem uma entidade que pode encarregar-se da mesma.


Por: Filomeno Sambú

Foto: F.S

1 thought on “CENTRAIS SINDICAIS PROSSEGUEM COM PARALISAÇÕES E AGUARDAM UM INTERLOCUTOR QUE GERE O PAÍS

  1. Júlio Mendonça não é um patriota, mas sim um interesseiro ja temos um novo governo por que vc não dá tempo até que as coisa se acalmarem. No dia do juizo final vc será responsabilizado e julgado por todos morte que acontece nestes ultimo tempo nas hospitais públicas…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *