O presidente do Partido da Unidade Nacional (PUN), Idriça Djaló, alertou, numa carta aberta dirigida ao presidente da Comissão da CEDEAO, Jean-Cloude Kassi Brou, que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) corre o risco de tronar-se parte do problema na Guiné-Bissau.
Na carta a que o jornal O Democrata teve acesso, Idriça Djaló frisou que a “incapacidade dos atores políticos guineenses” de realizar um diagnóstico pertinente e propor soluções, alimenta a “crise permanente” que impede o normal funcionamento das instituições e criação de condições para desenvolvimento e à estabilidade.
Segundo o líder do PUN, embora a organização sub-regional tenha encorajado e apoiado na realização das eleições legislativas de março de 2019 e as presidenciais de novembro e dezembro do mesmo ano, a CEDEAO não avaliou “convenientemente a dimensão das derrapagens” que acompanharam as eleições nem analisou a gravidade dos “atentados” ao jogo democrático, nomeadamente: as ingerências de países vizinhos ou a influência massiva de dinheiro de proveniência duvidosa.
Idriça Djaló acusou a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental de emitir comunicados que não só não acalmam a situação como também não apresentam uma solução.
“A Comissão Nacional de Eleições e o Supremo Tribunal de Justiça são intimidados a colaborarem uma com a outra, mas não podem ser colocados no mesmo patamar. A CNE está obrigada a respeitar as injunções do STJ, juiz em matéria eleitoral, não podendo, por conseguinte, nenhuma negociação ser realizada entre as duas instituições, tendo em conta que as regras estão fixadas pela lei”, lê-se na mesma carta.
Para Idriça Djaló, o comunicado da CEDEAO emitido a 01 de março de 2020 “realça com justeza os perigos de uma ingerência de militares no jogo político”.
O líder do Partido da Unidade Nacional que apoiou o candidato Domingos Simões Pereira, declarado derrotado nas eleições presidenciais, diz acreditar que a Guiné-Bissau caminha a passos largos para uma “grave crise”, cuja trajetória será difícil de determinar com precisão, com consequências “extremamente graves” tanto para a população da Guiné-Bissau quanto para as dos países vizinhos e da sub-região.
Finalmente, convida o presidente da comissão da CEDEAO, Jean-Claude Kassi Brou, para juntos refletirem nas soluções que possam tirar a Guiné-Bissau desse impasse pós-eleitoral.
Por: Filomeno Sambú
O comentário é pouco porque está tudo dito pelo Idroça Djalo, o momento é devaliar as competencias da CEDEAO.
Pois valeu uma posição claro de C.D.E.A.O sobre atual situação de crise no país sendo primeiro que permanece para procurar soluções mas cada vez contínua haver desobediência por de alguns políticos sem deixar questionar os maiores incentivadores de foco de instabilidade no país são os militares