CENTRAIS SINDICAIS SUSPENDEM SUCESSIVAS GREVES NA FUNÇÃO PÚBLICA

As duas Centrais Sindicais, a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau (CGSI-GB), suspenderam na quarta-feira, 11 de março de 2020, as sucessivas vagas de greve na função pública iniciadas em finais de 2019. O anúncio foi tornado público pelo secretário-geral da UNTG, Júlio António Mendonça, depois da assinatura da adenda ao memorando de entendimento com o governo liderado por Nuno Gomes Nabiam.

O documento que resultou na suspensão de greves na administração pública, foi assinado da parte do governo pela ministra da Administração Pública, Formação Profissional e Segurança Social, Maria Celina Tavares e ministro das Finanças, João Aladje Fadia, e pelos responsáveis das duas Centrais Sindicais, Júlio António Mendonça e Malam Ly Baldé, respetivamente.

Em declaração aos jornalistas, Mendonça revelou que o governo comprometeu-se, entre outros pontos constantes do caderno reivindicativo, em restituir os valores  relativos à grelha salarial diferenciada, subtraídos dos salários  de professores, ‘ilegalmente’, desde novembro de 2019, até ao final de março de 2020 e a aplicação dos diplomas legais referentes ao procedimento de ingresso na função publica.

O secretário-geral da UNTG referiu que as duas organizações sindicais decidiram travar essa luta sindical, que já estava na sua décima ronda não por vontade própria, mas sim para dignificar os servidores do Estado, apesar de terem a consciência de que quem paga caro com a fatura são os próprios funcionários públicos, porque “pagam os impostos”.

Esclareceu que o memorando foi assinado sem tréguas como fizeram no passado com os governos que antecederam o de Nuno Gomes Nabiam.

“Vamos dar benefício de dúvida, mas não vamos ficar calados”, enfatizou o sindicalista. Júlio Mendonça afirmou que estão tranquilos e têm a consciência do seu papel e o que estão a fazer para mudar o paradigma do sindicalismo na Guiné-Bissau em quatro anos do seu mandato.

Para o ministro das Finanças, João Aladje Fadia, depois de cinco dias de negociações o governo chegou a um consenso com os sindicatos, sobretudo no que tem a ver com as promessas que devem ser realistas para os sectores da Saúde e da Educação e, a implementação das leis.

João Aladje Fadia anunciou que o governo acabará com as “despesas supérfluas” e  tudo que conseguir juntar, nesta fase,  como  receitas, que são as quotizações dos cidadãos, deverá ser aplicado em ações que beneficiem a maior parte da população.

Na sua declaração, a  ministra da Administração Publica, Formação Profissional e Segurança Social, Maria Celina Tavares, garantiu que o governo cumprirá com as exigências dos centrais sindicais, e efetuará alguns pagamentos pendentes, “apesar das dificuldades que o ministério das finanças enfrenta”.


Por: Carolina Djemé

Fotos: Marcelo Na Ritche

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