No século passado, em sua segunda metade, principalmente a partir dos anos 1950, desencadeou-se em África e em outras partes do globo uma forte corrida independentista na qual diversas colônias lutavam pela autonomia/soberania política e econômica. Os Combatentes da Liberdade da Pátria, como são conhecidos e conclamados os nossos heróis da guerra, não fugiram ao desafio da época e fizeram da Guiné-Bissau o primeiro país da África Lusófona a lograr a sua independência do jugo colonial português. Sim, a Guiné-Bissau é o primeiro país entre as cinco colônias portuguesas em África a conseguir independência, resultado de uma dura e sangrenta batalha que durou 11 anos.
Uma batalha idealizada e comandada por Amílcar Lopes Cabral, simplesmente o segundo maior líder mundial de todos os tempos, de acordo com a lista divulgada pela “BBC WolrdHistories Magazine”, elaborada pelos mais renomados historiadores do nosso tempo, figurando assim afrente de figuras como Wiston Churchill (Ex Primeiro Ministro Britânico) e Abraham Lincoln (Ex Presidente Norte Americano).
Tempos depois do logro da árdua e tão desejada independência o país elevou a sua capital (Bissau) aoestatuto da “cidade mais limpa” da sua sub-região africana uma marca indelével no que concerne à boa prática ecológica, considerando que naquela época em particular a capacidade do funcionalismo público (sendo um estado recém criado) e a consciência da massa ainda se encontrava num nível baixíssimo.
Além dessas feições, o país, nos primeiros anos de sua existência como Estado soberano, sob comando do Luis Cabral, olhando numa perspectiva panorâmica, conseguiu avanços significativos em diversos setores sociais (indústria, pecuária, agricultura) etc. Ou seja, pelo menos nesses primeiros anos – o povo guineense como um todo (incluindo governantes e sociedade civil) unidos pelos ideais de liberdade e autodeterminação – conseguiu fazer do país um dos mais otimistas e prósperos da costa africana.
Porém, apesar desses bons registros, fizemos também desse país, desta parte para cá, um dos mais instáveis (senão o mais instável) da sub-região. Sim, nós (nossa classe política e castrense em particular) fizemos desse pequeno território o mais instável, inseguro e corrupto da nossa sub-região africana. Fizemos dele um país de conflitos, um país de ódio, intriga, calúnia, traição e muita desordem. Fizemos dele, por exemplo, o primeiro país no mundo (pelo menos em meu tempo de vida) em que em menos de 24 horas um Presidente da República e um General das Forças Armadas foram severa e brutalmente assassinados, me refiro ao violento episódio que ceifou as vidas do então Presidente Nino Vieira e General TagmeNa Waié nos idos anos de 2009.
Infelizmente meus queridos compatriotas, fizemos da minha e da nossa amada Guiné-Bissau um país de recorrente instabilidade político-governativa, um país de constantes golpes de estado, um país de dois Presidentes da República e dois Primeiros Ministros; um país onde não se paga funcionários públicos, onde as pessoas morrem por falta de medicamentos, as crianças pela má nutrição; um país onde falta água canalizada, onde falta energia; um país de descrédito total, um país sem rumo e sem credibilidade na arena internacional, quando podemos e muito bem fazer o contrário.
Sim, podemos fazer da Guiné, nossa querida terra, a mais próspera e risonha não só da nossa sub-região, mas da África empezo e do mundo, pois possuímos tudo para tal, tudo! Podemos fazer dela a nação mais democrática do mundo sendo referência e exemplo para África e para o mundo; podemos fazer dela a mais pacífica e estável do universo, afinal, em outros tempos já demos mostras de que podemos, juntos, fazer dela o que quisermos. Isso pode ocorrer, basta sentarmos a volta de uma mesa e dialogarmos, como foi na época da peleja pela independência, da qual muito orgulhamos.
É possível um diálogo franco, é possível um consenso nacional acerca dos nossos problemas, é possível um clima de fraternidade e união entre nós, visando a construção de uma nação melhor e mais justa, sobretudo para a geração vindoura, colocando os valores e os desígnios nacionais acima das nossas divergências e diferenças ideológico-partidárias. Dita de outra maneira, acredito piamente que, como “ramos do mesmo tronco”, é possível sermos unidos pelos nossos ideais ao em vez dedivididos pelas nossas diferenças.
A mudança da nossa mentalidade e ação, como um povo e uma nação, é urgente e necessário para um futuro diferente. E nuncaesqueçamos: a Guiné-Bissau é e sempre será o que nós (seus filhos e mais ninguém) fazermos dela.
Por: Deuinalom Fernando Cambanco,
Mestre em Relações Internacionais.
Meu caro amigo ,subscrevo a sua preocupação a sua sapiência de querer um Guiné para todos e todos os homens Bons , O povo da Guiné estar a passar por estas situações de instabilidade Para mitigar essas situação de crise que arrasta até então é preciso dos actores da ESTRATÉGIA E GEOPOLÍTICO RECONHECEREM AS SUAS INSTITUIÇÕES QUE ORIENTAM OS SEUS CIDADÃOS ,RESPEITAREM OS MESMOS ,SABEMOS QUE ESTAMOS LONGE DE UMA DEMOCRACIA PRETENDIDA ,MAS É SEMPRE MELHOR DO QUE OS OUTROS . PRECISAM DESSE ENTENDIMENTO ,ESCOLHER A DEMOCRACIA A VIA MAIS PACIFICA E REPARADOR DOS ERROS .