O Coordenador da Iniciativa “Tadja Fome”, Saturnino de Oliveira, afirmou que a iniciativa que dirige vai ajudar 400 famílias guineenses registadas em diferentes bairros da capital Bissau e que beneficiarão de géneros alimentícios angariados graças à iniciativa. Acrescentou que no universo de 400 famílias recenseadas, com média de sete pessoas por família, a iniciativa atingirá 2800 pessoas nesta primeira fase.
Oliveira explicou na entrevista exclusiva ao semanário O Democrata esta quarta-feira, 08 de abril de 2020, que os produtos oferecidos às famílias mais carenciadas são os básicos para a dieta alimentar e que cada família receberá 25 quilogramas de arroz, óleo, esparguete, vinagre e açúcar. Enfatizou que o desejo do grupo é colocar mais produtos em cada “Cabaz” da família, mas lamentou o fato de ser insuficiente a ajuda recebida até ao momento, o que não permitirá reforçar a diversidade oferta.
Lembrou que a iniciativa surgiu através de um grupo de cidadãos voluntários depois de ter sido decretado o estado de emergência para a prevenção da doença Covid-19. Concluíram que a medida está a causar um impacto social negativo na vida da população, sobretudo nas classes mais carenciadas, então decidiram criar a iniciativa com o propósito de minimizar a carência da população em termos de produtos básicos.
“Sabemos que os guineenses vivem o dia a dia através de pequenos negócios para sobreviver e entendemos que devemos fazer alguma coisa para ajudar a minimizar a carência das pessoas. Portanto decidimos criar esta iniciativa que hoje está a surtir efeitos benéficos, porque as entidades e individualidades a quem endereçamos os pedidos de apoio estão a responder positivamente. Neste momento, como prova das respostas às nossas solicitações, já temos vários produtos que estamos a dividir para as famílias recenseadas”, sublinhou.
Assegurou que perceberam logo no início que era preciso fazer um levantamento sério para identificar as pessoas mais carenciadas, embora tenham conhecimento que quase 90 por cento dos guineenses são vulneráveis economicamente.
“Estabelecemos critérios para seleção dos bairros, os mais afastados dos centros comerciais e mercados da capital, identificamos quatro bairros, nomeadamente: Cuntum Madina, Plack 1, Plack 2 e Gabu-Sinho”, precisou.
Oliveira diz que depois da seleção dos bairros, estabeleceram critérios de identificação das famílias mais carenciadas, em colaboração com as associações de moradores dos referidos bairros e com os jovens da organização “Ubuntu” residentes naqueles bairros.
“No critério da seleção de famílias foi tomada em consideração a questão de género, pessoas com deficiência e idosos, sendo camadas sociais mais vulneráveis neste momento. Nós não conhecemos as famílias que estão a ser selecionadas pelas associações de moradores, justamente para evitar alguma simpatia. Em decorrência disso criamos critérios para que o computador utilizado, através de um programa, possa fazer a seleção e distribuição dos produtos por família, evitando a nossa interferência na escolha”, enfatizou.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: Marcelo Na Ritche