
A Guiné-Bissau registou mais quatro novos casos de infeção nas últimas 24 horas, totalizando cinquenta casos, sendo 13 em Canchungo, 32 em Bissau e mantêm-se os 5 de Biombo. As informações foram avançadas hoje, 17 de abril de 2020, na habitual conferência de imprensa no quadro da informação epidemiológica diária sobre a evolução do COVID-19.
O porta-voz do Centro da Operação de Emergência em Saúde (COES), Tumane Baldé, explicou que foram analisadas dezassete (17) amostras, das quais treze resultaram em negativo e quatro aprovadas como positivo pelo Laboratório Nacional.
Em entrevista ao jornal O Democrata, o presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INASA), igualmente coordenador do COES, Dionísio Cumba, confessou que a organização não tem controlo sobre o número exato de possíveis contatos com as pessoas infetadas, devido à pouca colaboração dos suspeitos que acusa de estarem a dificultar a definição “de quando será atingido o pico da infeção no país”.
“Em Bissau, a situação está aparentemente normal, mas existem pessoas que tiveram contato direto com as pessoas infetadas, mas recusam fazer testes. Isto leva-nos a não ter o ponto de situação”, realçou.
Avisou que, nesta situação, será difícil quebrar a cadeia da transmissão que já está na terceira fase, se persistir a desobediência por parte dos suspeitos. Porém, admitiu que “há um número razoável de técnicos de laboratório e epidemiologistas para fazer face a epidemia nesta fase em todas as regiões sanitárias do país”.
Dionísio Cumba assegurou que há testes suficientes, apesar de o país contar com apenas uma máquina do PCR, em Bissau, para as amostras que poderão sair de outras localidades.
O epidemiologista admitiu que neste momento a província norte constitui uma grande preocupação das autoridades sanitárias, particularmente a região de Cacheu.
“Temos uma vantagem que é o fechamento das fronteiras, mas o setor de Canchungo é o centro e a probabilidade para a maior propagação da doença para o resto do país, devido à movimentação das pessoas”, advertiu.
Por: Epifânia Mendonça