O Presidente da República, Úmaro Sissoco Embaló, admitiu esta quarta-feira, 22 de abril de 2020, que poderá dissolver a Assembleia Nacional Popular (ANP) se houver bloqueio no funcionamento do hemiciclo à semelhança daquilo que aconteceu no passado. Embaló alertou os partidos políticos legalmente constituídos a prepararem-se para as eventuais eleições legislativas.
Úmaro Sissoco Embaló falava à imprensa nas instalações do Estado Maior das Forças Armadas no mausoléu de Amura, em Bissau. O chefe de Estado lembrou que existe separação de poderes na Guiné-Bissau, mas existe apenas um único Presidente da República escolhido pelo povo, portanto “não haverá mais indisciplina e sequestro”.
“Enquanto comandante supremo das Forças Armadas, quero encorajar a classe castrense pelo trabalho que está a levar a cabo na reabilitação do Estado Maior e o papel que assumiu na luta contra Coronavirus”, sublinhou.
O Presidente da República informou que o governo está a poupar dinheiro para pagar os trabalhadores. Avisou que se o parlamento bloquear as portas, os deputados não receberão os seus salários e será uma decisão que tomará sem, pedir conselhos à ninguém.
Umaro Sissoco Embaló frisou que se a situação de Covid-19 se mantiver, decretará ” paulatinamente” estado de emergência, seguindo assim “concerto das nações”.
No mesmo encontro com à imprensa, Embaló confirmou a sua participação já amanhã, 23 de abril de 2020, na cimeira dos chefes de Estado e governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), através de vídeo-conferência que irá tratar da questão de pandemia Covid-19.
Em relação à campanha de comercialização de castanha caju que ainda não tem data e nem preço indicativo, Embalό defendeu que o governo deve adotar uma estratégia em colaboração com os parceiros e bancos comerciais para comprar e estocar o produto e evitar a fome junto dos camponeses.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A