
O Presidente da República, Úmaro Sissoco Embaló, afirmou esta quinta-feira, 23 de abril de 2020, que há tempo para se sentar e conversar com todos atores políticos a volta de um consenso nacional. Embaló advertiu que não vai negociar os valores do Estado guineense, porque “a entidade competente para declarar vencedor das eleições no país é a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e não a CEDEAO.
O Chefe de Estado falava à imprensa no Palácio da Republica, após ter participado na sessão extraordinária, em vídeo Conferência, dos Chefes de Estado e do Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Embaló explicou que durante a conferência indicaram o Presidente da Nigéria, Mahummadu Buhari para trabalhar no plano do combate ao Covid-19.
Instado pelo jornal O Democrata a comentar o comunicado da CEDEAO divulgado hoje, no qual se pedia a nomeação de um novo Governo na base dos resultados das eleições legislativas de 10 de março do ano passado, Úmaro Sissoco Embaló assegurou que o atual governo foi nomeado de acordo com a constituição da República através de um decreto presidencial.
“Há tempo para sentar-se e conversar com todos atores políticos nacionais, sem negociar valores do Estado guineense. É verdade que a Guiné-Bissau é um Estado que está inserido em várias organizações internacionais, mas a entidade competente para declarar vencedor das eleições no país é a Comissão Nacional de Eleições e não a CEDEAO, que simplesmente fez o seu papel, enquanto a comunidade sub-regional”, advertiu.
Informou que passou a ser Presidente da República no momento em que a CNE divulgou os resultados eleitorais. Exortou os guineenses a deixarem as claques e trabalharem juntos rumo ao desenvolvimento do país, porque a sua geração não pode falhar mais.
Interrogado ainda se estaria disposto a aceitar o pedido da CEDEAO para nomear novo governo com base dos resultados das eleições legislativas, Embaló respondeu que o conselho não é vinculativo.
“Quero reafirmar que estou disponível para sentar com toda gente, enquanto arbitro para ajudar os partidos políticos se entenderem, mas jamais permitirei na Guiné-Bissau o bloqueio por parte da qualquer instituição do Estado, incluindo a Presidência da República”, advertiu.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
