
O ministro da Energia e Recursos Naturais, Jorge Malú, criticou duramente a isenção do pagamento do consumo de energia elétrica e água aos funcionários da Empresa de Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB), tendo prometido acabar com esta prática.
O governante fez esta crítica durante uma conferência de imprensa conjunta com o ministro das Finanças, João Aladje Fadia para falar da situação daquela empresa pública bem como da dívida que o governo guineense pagou à empresa Karpower, que fornece energia elétrica à capital Bissau.
O ministro da energia disse na sua comunicação que a empresa EAGB teve, nos últimos 20 anos, administrações desastrosas, que a fizeram chegar à uma situação de eminente falência. Frisou que é preciso muita coragem e algumas medidas duras para acabar com aquela que considera administração danosa na empresa EAGB.
Jorge Malú disse que atualmente, a EAGB não produz energia elétrica, mas sim recebe-a, através da empresa “Karpower” para comercialização e paga à empresa, mas o volume da receita que consegue faturar na cobrança é consumido no pagamento dos salários dos seus funcionários.
O ministro da energia revelou que os bancos comercias tidos como “grandes clientes” têm uma dívida de quatro biliões à EAGB, mas não avançou o nome dos bancos em causa.
“Para resolver essa situação foi criada uma comissão que engloba um magistrado do ministério público que fará a cobrança e neste momento recuperaram 400 milhões de francos CFA”, contou.
Para o ministro das Finanças, João Aladje Mamadu Fadia, a dívida da EAGB à Karpower era de 6 faturas de um período de 12 meses de fornecimento de energia, que segundo ele, correspondem a nove milhões e meio de dólares norte-americanos. Acrescentou que a empresa fornecedora ameaçou suspender o fornecimento de energia caso a dívida não tivesse sido paga, pelo que o governo assumiu, através do apoio recebido do banco mundial o pagamento da dívida.
Fadia revelou na sua comunicação que o governo paga anualmente seis biliões de francos cfa da sua fatura do consumo da energia.
“A EAGB é uma empresa de caráter social e, podem imaginar se por ventura a Karpower desligasse a energia. As pessoas voltariam a apanhar água nos fontanários e toda a administração pública iria parar. Se isso acontecer, é um perigo para o país, porque não temos a capacidade nem sequer de produzir um kilobit de corrente eletrica”, espelhou.
Salienta-se que atualmente, a Empresa de Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB) dispõe de 595 funcionários, dos quais 506 são efetivos e 89 contratados.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A