
O porta-voz do Coletivo de Advogados de Armando Correia Dias (Ndinho) acusou, na segunda-feira, 22 de junho de 2020, o Ministério do Interior, de sequestrar Armando Correia Dias (Ndinho) e seu irmão, Carlos Manuel Correia Dias e “agora essa violação de direitos humanos foi prolongada pelo Ministério Público, através de Vara Crime”.
Os advogados acusam igualmente o Ministério Público de deixar-se envolver no sequestro do dirigente do PAIGC, e seu irmão.
À saída da audiência no Ministério Público, Suleimane Cassamá disse aos jornalistas que o coletivo de advogados expressou a sua insatisfação e raiva, sendo que o estado de direito democrático é feito para respeitar uns aos outros. O porta-voz do coletivo de advogados criticou a atuação dos magistrados do Ministério Público, porquanto Armando Correia Dias devia ter sido ouvido, mesmo que depois tivessem que fazer outra correção processual, para que as pessoas saibam de forma clara o que se está a passar de concreto.
Um dos advogados dos irmãos “Correia Dias” notou que a responsabilidade pela violação dos direitos fundamentais de Armando Correia Dias e seu irmão é do Ministério do Interior e passou agora para o Ministério Público, através de Vara Crime junto do Tribunal Regional de Bissau, responsável por mais 24 horas de detenção de Ndinho sem audição, violando os seus direitos fundamentais.
“Estamos a assistir a continuação da violação dos direitos fundamentais do nosso constituinte, a começar pelo Ministério do Interior e agora o Ministério Público deixou-se arrastar a reboque, fazendo a mesma coisa.
Ouvimos que o coordenador da Vara Crime veio de Chinelos para informar que não está a sentir-se bem, avisando que não poderia trabalhar. Tudo isso aconteceu depois de o processo ter sido transferido para o Ministério Público, 13 horas depois. Coincidência ou não, depois do sorteio, o processo foi parar justamente às mãos do mesmo magistrado que tinha avisado que não se sentia bem”, criticou.
O advogado alertou que o coletivo jamais aceitaria que as pessoas brincassem ou colocasse em causa a liberdade de um chefe de família, “cidadão normal que faz os seus trabalhos limpos para sustentar a sua família, porque não é normal que essa pessoa continue detida sem mais nem menos”.
“Normalmente, quando uma pessoa avisa que não está em condições de trabalhar, o seu nome não deveria constar na lista de sorteio, onde devem constar apenas os que estão em condições de trabalhar, mas não foi o caso, o processo acabou por calhar ao mesmo magistrado doente e o nosso constituinte é obrigado a ser levado de volta para as celas da 2º Esquadra para aguardar até amanhã por quem deve tomar conta do processo”, indicou.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A