O empresário Armando Correia Dias (NDINHO) foi libertado pelo ministério Público, esta terça-feira, 23 de junho de 2020, sob medida de coação. O dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) tinha sido detido no passado sábado, 20 de junho, por agentes da Política da Intervenção Rápida (PIR), por alegadamente ter sido encontrado na posse de duas armas de fogo de uso militar.

Com a medida judicial aplicada pelo Ministério Público, o empresário será agora obrigado a apresentar-se, nos termos do despacho que o magistrado do processo determinou.

Em reação à decisão, à saída da audiência, que durou cinco horas, o porta-voz do coletivo dos advogados, Luís Vaz Martins, frisou que aplicar uma medida de coação relativamente a um crime dessa envergadura revela que nem o Ministério Público tem a convicção que, de facto, os elementos invocados pela polícia correspondem à verdade. 

Vaz adiantou que aquilo que o coletivo dos advogados tem vindo a defender ao longo dos últimos três dias foi o que se confirmou ao nível do Ministério Público, “a aplicação de uma medida de coação”.

“Não se detém alguém que vai de boleia na viatura de um terceiro, alegando que essa pessoa estaria na posse de armamento proibido, sem que o proprietário da viatura seja abordado pela polícia. Não obstante o Ministério Público ter aplicado uma das medidas decoação principal, que é a obrigação de apresentação periódica, da qual nós discordamos literalmente, vamos ponderar atacá-la nos próximos dias essa medida de coação”, indicou.

O advogado informou que a colocação do seu cliente em liberdade, vem demostrar que esse ato não passa de mais uma manobra. Acrescentou que com essa liberdade, Armando Correia Dias (Ndinho) é obrigado a apresentar-se nos termos do despacho que o Ministério Público o determinou.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: AA