
Mouhammed Djicó Ould Ahmed, presidente em exercício do Comité Nacional da Ética em Pesquisa na Saúde (CNEPS), ofereceu-se como o primeiro voluntário para o teste da vacina experimental contra a poliomielite, capaz de reforçar o sistema imunológico das pessoas com mais de 50 anos de idade infetadas pelo novo coronavírus (Covid-19).
O responsável da CNEPS foi o primeiro a ingerir a dose da vacina para dar confiança aos outros voluntários, tendo afirmado que a vacina oral “é fiável e segura”.
O lançamento da campanha da vacina contra a poliomielite decorreu nas instalações do hospital nacional Simão Mendes e contou com a presença do presidente do Instituto Nacional da Saúde (INASA), Dionísio Cumba e de várias personalidades.
Mouhammed Djicó Ould Ahmed explicou na sua declaração aos jornalistas que os voluntários vão ser testados para ver se a vacina pode reforçar o sistema imunológico dos pacientes e que terá a capacidade de prevenir as pessoas de outras doenças.
“Inicialmente, a proposta deste projeto para o uso da vacina foi rejeitada pelo comité, porque carecíamos de informações sobre a mesma. Depois de a termos analisado na segunda tentativa e os seus efeitos nas pessoas com mais de 50 anos de idade , acabamos por anuir”, contou.

A investigadora do Projeto de Bandim, Amadelia Rodrigues, uma das voluntárias para o teste, lamentou a forma como está sendo mal interpretada a vacina contra a poliomielite por alguns guineenses.
Perante a situação, desafiou as pessoas que a contestam para um encontro para debate público com o propósito de discutir abertamente o assunto, mas não pelas redes sociais.
“A vacina da poliomielite é uma hipótese para reforçar o sistema imunológico das pessoas com a finalidade de reduzir a gravidade ou evitar nova pandemia de Covid-19” esclareceu a investigadora para de seguida assegurar que não vão recomendar que as pessoas tomem esta vacina com a finalidade de prevenir-se ou curar o Covid-19, porque “é um pequeno estudo para verificar se efetivamente tem efeito como foi pensado, para ajudar no combate ao coronavírus”.
Recorde-se que a campanha lançada pelo governo contra a poliomielite tem como finalidade reforçar os mecanismos de defesa de uma eventual contaminação pelo novo coronavírus, foi duramente questionada e criticada por ativistas das redes sociais e médicos, alegando que a mesma está a ser feita sem que os padrões internacionais sejam respeitados, sobretudo a comunicação pública prévia.
Por: Djamila da Silva
Foto: D.S