
[SEMANA 26_2020] A historiadora e deputada luso-guineense na Assembleia da República Portuguesa, Joacine Katar Moreira, publicou, recentemente, em formato livro, a sua tese de doutoramento intitulado ‘Cultura di matchundadi (masculinidade/virilidade) na Guiné-Bissau: Género, Violências e Instabilidade Política. Uma obra que tenta explicar como a masculinidade impede o normal funcionamento do Estado guineense.
“Estes valores são os que estão relacionados com o entendimento dos homens como um elemento hierárquico comparativamente com o da mulher, enquanto elemento que tem apetência natural para ocupar e liderar institucionalmente, incluindo na família, religião, política e economia”, disse Joacine Katar Moreira, numa declaração à Agência de Notícias Lusa.
BIOGRAFIA
Joacine Elysees Katar Tavares Moreira nasceu no dia 27 de julho de 1982, na Guiné-Bissau. É uma investigadora, ativista e política luso-guineense, eleita deputada à Assembleia da República Portuguesa nas eleições legislativas portuguesas de 2019, pelo Partido Livre.
Foi a primeira mulher negra a encabeçar as listas de um partido numas eleições legislativas. Chegou à direção do Livre após eleições partidárias. Foi para Portugal com oito anos, no início dos anos 90, depois de a sua avó, uma enfermeira guineense, ter decidido mandá-la para um colégio de freiras perto de Mafra. É a mais velha de 11 irmãos. Licenciou-se em História Moderna e Contemporânea e doutorada em Estudos Africanos. Em 2018 fundou o INMUNE – Instituto da Mulher Negra em Portugal, que luta contra a invisibilização e o silenciamento das mulheres negras em Portugal.
Por: Sene Camará