O diretor executivo interino da Rádio Capital, SumbaNansil, responsabilizou esta quinta-feira, 27 de agosto de 2020, a Empresa de Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB) pelos danos e destruição da emissora privada, vítima de vandalizarão por homens fardados e armados no passado dia 26 de julho.
Sumba Nansil acusou o ministro da energia e a agência 4 da EAGB, até prova contrária, pela destruição da emissora, depois de montar um contador pré-pago direcionado especificamente para a rádio.
O Diretor Executivo em exercício frisou que a rádio foi vandalizada e está a ser constituída como inimiga justamente por ter dado palavra aos cidadãos. Contudo, avisou que apesar de pressões, a linha editorial manter-se-á.
Nansil falava numa conferência de imprensa realizada nas instalações da CFM para anunciar a retoma das emissões da estação que tinha sido vandalizada no passado dia 26 de julho por desconhecidos usando uniforme militar.
Nansil revelou que a emissora voltou a emitir graças à Rádio Mulher de Bafatá, que deu emprestado uma emissora e uma mesa de mistura.
“Os primeiros seis dias, de 26 a 30 de agosto, serão dedicados à emissão experimental como forma de testar a reação. A partir de 31 de agosto, a CFM retomará todas a sua programação, incluído os serviços de notícias”, informou.
Em relação ao processo de investigação em curso sobre a vandalização da rádio, Sumba disse que depois de um mês, a direção dispõe de pouca informação sobre o processo. Porém, disse acreditar na capacidade da Polícia Judiciária para identificar e traduzir os presumíveis autores à justiça.
SINJOTECS EXIGE APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO
A presidente do Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (SINJOTECS), Indira Correia Baldé, pediu à Policia Judiciária que apresente os resultados da investigação feita no quadro da destruição da Rádio Capital, porque “essa situação atingiu os profissionais da CFM, a classe jornalística guineenses e o sindicato dos jornalistas.
Por sua fez, o Bastonário de Ordem de Jornalistas (BOJ), António Nhaga, advertiu que a retoma das emissões da Rádio Capital FM venha provar que não é vandalizando e queimando materiais que podem acabar com o jornalismo na Guiné-Bissau.
“Estavam enganados que, com a vandalização da CFM silenciariam a imprensa!. Os profissionais da comunicação social estão determinados”, vincou e acrescentou que a destruição da Rádio Capital é mais uma prova que a imprensa livre não pode compactuar com um regime autoritário.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A