O Ministério do Interior proibiu os alfaiates de coserem uniformes militares. A decisão foi comunicada, esta terça-feira, 22 de setembro de 2020, pelo Ministro do Interior, Botche Cande, no encontro a Associação de Alfaiates do país, no qual avisou que, doravante, é proibido coser uniforme militar, sem devida autorização do seu Ministério.
Segundo Botche Cande, indivíduos não identificados com uniformes militares têm assaltado as rádios, o salão VIP do Aeroporto Osvaldo Vieira, assassinado pessoas nas suas residências e nos bairros de Bissau.
“Doravante é proibido coser uniforme militar para evitar que atos de género voltem a acontecer. Sempre que há um assalto, as pessoas dizem que são os militares, policias, a guarda nacional, porque são os únicos com uniforme militar. Por isso, vamos assinar um acordo com a Associação de Alfaiates para termos o controle de uniforme que costuram” disse, adiantando que não é admissível uma pessoa que não é agente policial e militar use uniforme para assaltar uma casa ou instituições públicas e privadas.
“Não devemos continuar a coser uniformes para bandidos irem fazer assaltos à mão armada. A partir de hoje, isso acabou. Comprar uniforme militar na rua acabou. Costurar uniformes na alfaiataria acabou. Se se unirem, podemos pedir ao primeiro ministro e ao presidente da República a criação de um fundo para os alfaiates, de forma a contribuírem para o desenvolvimento do país” disse Botche Cande.
Por sua vez, o Presidente da Associação Nacional de Alfaiates da Guiné-Bissau, Mama Saliu Djalo, denunciou a venda clandestina de uniformes militares e sublinhou que a sua organização costura uniformes militares, mediante autorização de comandantes.
“É uma grande preocupação da nossa parte ver pessoas a usarem uniformes militares, que supostamente costuramos, para assaltos. Vamos trabalhar para acabar com isso. Mas sabemos que há pessoas que importam uniformes militares para venda aqui, na Guiné-Bissau. Concordamos que deve haver controlo de uniformes costurados nas alfaiatarias. Por isso, vamos apoiar a decisão do Ministério do Interior” rematou Mama Saliu Djalo.
Por: Tiago Seide