O ministro da Administração Territorial e Poder Local, Fernando Dias, afirmou esta terça-feira, 29 de setembro de 2020, que não tinha sido atribuída nenhuma denominação oficial ao prolongamento da estrada que vai do mercado de Caracol até à secção de Bôr, setor de Prábis.
Desafiou quem quer que seja a apresentar provas que atestem que à estrada em causa tinha sido atribuído o nome de um antigo combatente, insistiu que não há nenhum registo que indique que essa estrada tinha so nome de alguma figura nacional ou antigo combatente.
“É bom que saibamos distinguir Avenida de rua. Uma avenida tem sempre um percurso linear e é da competência da Câmara Municipal de Bissau. Atribuir nome à uma Avenida, não é competência de uma pessoa singular “, frisou Fernando Dias na visita efetuada à estrada de “Subida de Cabana” e à rotunda do mercado de Caracol, em Bissau.
O governante regia ao debate levantado nos últimos dias à volta de duas Avenidas batizadas com os nomes dos Presidentes do Senegal, Macky Sall e o da Nigéria, Muhammadu Buhari.
Fernando Dias disse que as informações recebidas da Câmara Municipal de Bissau garantem que a Avenida que agora passa a ser avenida com o nome do Presidente do Senegal, Macky Sall, que vai de Chapa de Bissau até ao mercado de Caracol, não tinha nenhuma denominação.
“O único nome até aqui conhecido era subida de Cabana, o que significa que não tinha nenhuma denominação. Justamente foi à essa rua que foi atribuída o nome de Avenida Macky Sall. Essa prática é quase que uma tradição. É um sinal de reconhecimento, porque o Senegal é um país irmão. Aliás, temos figuras nacionais como Amílcar Cabral e Cumba Ialá que têm Avenidas batizadas com seus nomes noutros países, porque não podemos fazê-lo entre nós africanos, sobretudo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para que nos tornemos numa única família, partilhemos as culturas e troquemos as práticas”, questionou.
Fernando Dias Nega que em nenhum momento o nome de um combatente tenha sido substituído por nomes dos Presidentes (MackySall e Muhammadu Buhari) e lembrou que a estrada que sai de Titininha até ao mercado de Caracol não é uma Avenida, é a rua Caetano Semedo.
Na sua declaração perante o que chamou de informações que desencorajam apoios do exterior ao país, Fernando Dias pediu aos guineenses a dignificarem-se para que possam beneficiar de investimentos de países vizinhos.
Defendeu críticas construtivas, não as que põem em causa iniciativas que podem beneficiar grande parte da população ou que possam desencorajar apoios do exterior.
O ministro da Administração Territorial assegurou que as duas estradas (de Chapa de Bissau, Padaria Nhônhô até Quelelé) serão construídas brevemente, tendo assegurado que o chefe de Estado guineense, Úmaro Sissoco Embaló, jamais tomaria engajamento se não tivesse garantias dos Presidentes Macky e Buhari. Neste sentido pediu maior ponderação da população até que haja motivos para as críticas.
Questionado sobre a possibilidade de as duas Avenidas serem registadas no futuro como ruas e publicado no boletim oficial, Fernando Dias frisou que o assunto não é da competência do seu pelouro, mas disse ter dado orientações à Câmara Municipal de Bissau no sentido de codificar novamente os bairros de Bissau, porque “os nomes reais dos bairros e os números de casas devem ser conhecidos.
Contudo, sublinhou que é um processo que requererá um recenseamento de todas as casas e terrenos e, atribuição aos proprietários os respetivos números.
Por: Filomeno Sambú
Foto: F.S
