A equipa de Advogados da empresa Almar-Hum Bubacar Baldé, SARL do cidadão Alassana Baldé, acusou esta terça-feira, 06 de outubro de 2020, o governo de interferir no processo judicial de um cidadão nacional, Alassana Baldé, intentado contra a empresa MAERSK BISSAU, SARL.
A informação foi transmitida pelo porta-voz da equipa dos Advogados, Waldir Cunha, em conferência de imprensa realizada na sede da Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços em Bissau para explicar o andamento do processo crime que envolve o empresário, Alassana Baldé contra a MAERSK BISSAU, SARL.
Na ocasião, Waldir Cunha explicou que o processo iniciou no mês de março de 2018 com a exportação de 170 contentores de madeira, pertencentes a Alassana Baldé, que tem contrato de exportação com a MAERSK BISSAU, SARL que assumiu transportar os contentores de Bissau para China.
O Advogado declarou que, antes de a madeira ser embarcada no porto de Bissau, o estado guineense tentou impedir o embarque pedindo ao empresário que pagasse a taxa de exportação.
Acontece que o mesmo Estado tinha uma dívida com o cidadão Alassana Baldé que quis fazer desconto direto, mas o Estado não concordou e recorreu à justiça, que lhe deu razão e autorizou que exportasse a madeira.
“Após a madeira ter sido embarcada e lavada para a China e quando chegou, a MAERSK BISSAU SARL, responsável pela exportação,deveria dar ao proprietário um documento chamado BL (conhecimento de embarque), porque sem esse documento, não se pode tirar a madeira do porto da China.
Mas como o tribunal ordenou que Alassana Baldé levasse o seu produto, apesar de o Estado ter decidido recorrer a MAERSK BISSAU SARL, apreendeu o BL do empresário para poder reter os contentores no porto da China”, espelhou.
Waldir Cunha, sublinhou que dos 170 contentores de madeira previstos para serem exportados para a China, 20 ficaram no porto e 150 saíram sem o conhecimento do empresário Alassana Baldé. Cunha adiantou que perante essa situação, o Alassana Baldé tentou resolver o problema pacificamente com a empresa responsável pela exportação, mas não surtiu efeito, por isso decidiu avançar com uma providência cautelar em tribunal, através dos seus advogados e o tribunal deu-lhe razão.
“O que queremos denunciar nesta conferência de imprensa a interferência do poder executivo na justiça. Primeiro começou com a interferência do ministro dos transportes na decisão do tribunal, que mandou soltar o Barco da MAERSK BISSAU SARL como se fosse o ministro é que manda no Juiz e soltou o barco. O escritório da mesma empresa foi fechado devido a aplicação de medida de caução económica e a vice-procuradora tirou o processo ao juiz e ordenou a reabertura do escritório.
São essas interferências que complicam a justiça guineense. Temos um cidadão que investiu milhões no negócio de exportação e em vez de o Estado sair em defesa desse cidadão, complicou-lhe a vida por interferência nas decisões dos tribunais”, lamentou.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A