SG da UNTG: : “COMPORTAMENTO DA CONFEDERAÇÃO NÃO PASSA DE ESPIONAGEM”

Contatado esta manhã pelo jornal O Democrata para saber o que terá falhado na luta comum travada pelas duas Centrais Sindicais, Júlio Mendonça, Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), disse ter sido apanhado de surpresa com a notícia nos órgãos de comunicação social sobre a posição assumida pela Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau, que disse em comunicado, que não vai aderir à paralisação do dia 09 de novembro. Porém, assegurou que a greve terá lugar na data prevista, porque o compromisso que assumiu é com os trabalhadores guineenses, não com os políticos. Para Júlio Mendonça o comportamento da Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau não passa de espionagem.

Em entrevista por telefone, Júlio Mendonça lembrou que desde 2016, quando a UNTG começou a “ organizar o Estado”, a Confederação não fazia parte de nada, mesmo quando lutou para conseguir o reajuste salarial.

Segundo Mendonça, só depois disso é que a Confederação apareceu com o pedido de que, doravante queria que a luta fosse comum e desde então tem sido até às ultimas resoluções de quarenta e cinco dias, que tinham dado ao governo a 11 de setembro de 2020 para cumprir o memorando e a adenda das quais a Confederação é signatária.

“É verdade que, por questões de princípio e boa convivência, se a luta comum que travamos até aqui não fosse mais útil ou não fazia sentido, seria bom que a Confederação fizesse uma nota explicativa para informar dos motivos, mas não foi o caso. A Confederação não nos enviou nada neste sentido. Que cada um faça o sindicalismo a sua maneira, mas a UNTG já se demarcou, há muito tempo, daquela forma tradicional, empírica, de fazer o sindicalismo na Guiné-Bissau”, sublinhou.

Questionado se posição assumida pela Confederação poderá afetar, no futuro, as relações entre as duas Centrais Sindicais, o sindicalista da maior central sindical guineense disse a UNTG não está preocupado com um eventual corte de relações, porque tem o seu plano estratégico, a bússola da organização, no qual se revê.

“Que fique claro que vamos continuar a fazer o nosso trabalho sindical. O compromisso que assumimos é com os trabalhadores guineenses, não com os políticos. Infelizmente, lamentamos esse tipo de procedimento”, notou, referindo, entanto, que comportamentos desta natureza não passam de espionagem.

Entretanto, fonte contactada pelo jornal O Democrata disse que o líder da Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau terá sido influenciado pelo governo liderado por Nuno Gomes Nabian para furar a paralisação conjunta que as duas Centrais Sindicais haviam projetado para o próximo dia 09 de novembro.

“Ele está em processo de pedir, em casamento,  alguém que está em Portugal e ultimamente tem andado preocupado, devido à situação económica. Portanto, é possível  que essa situação o tenha frágilizado ao ponto de vir ao público dizer que a Confederação não vai aderir à greve”,  indicou a fonte.   

 Por: Aguinaldo Ampa/Filomeno Sambú

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *