MISSÃO DA ONU NÃO ESTABILIZOU A GUINÉ-BISSAU, MAS DEU CONTRIBUTO DECISIVO NA FORMAÇÃO – diz o PRS

O Partido de Renovação Social considerou hoje que o Gabinete Integrado da ONU para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (Uniogbis) não conseguiu estabilizar o país, mas deu um contributo decisivo na formação de quadros.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas decidiu em 2019 iniciar o encerramento da missão, que encerra em 31 de dezembro, para dar maior ênfase ao desenvolvimento económico e social, que será assegurado pelas agências da organização, que vão permanecer no terreno.

Em declarações à Lusa, Orlando Viegas, um dos vice-presidentes do PRS, disse que a avaliação da missão deve ser enquadrada nas vertentes política e técnica.

“Em relação à vertente política, acho que a Uniogbis não conseguiu aquilo que se esperava em relação ao seu mandato, que é a estabilização e a criação de condições para a estabilização do país”, afirmou Orlando Viegas.

O também deputado do PRS recordou que desde os anos 2000 o país tem passado por vários momentos de instabilidade, incluindo golpes de Estado e assassínios.

“Na segunda vertente, acho que a Uniogbis conseguiu formar vários quadros, incluindo no âmbito da defesa e segurança, e acho que foi um contributo bastante decisivo”, disse.

“Na área técnica foram dados passos extremamente importantes na formação dos seus quadros nacionais”, sublinhou.

Orlando Viegas afirmou também que, passados 21 anos, os “problemas da Guiné-Bissau têm de ser resolvidos por nacionais”.

“Nós temos de parar e pensar no que queremos. Têm de ser os nacionais a pensar, claramente, no que queremos e deveremos fazer para ultrapassar” as crises, concluiu.

Criada na sequência do conflito político-militar, que durou entre 1998-1999 e provocou milhares de mortos, a missão política das Nações Unidas começou por ser denominada de Gabinete de Apoio à Construção da Paz da ONU na Guiné-Bissau (Uniogbis) e instalou-se no país em junho de 1999.
A Uniogbis realiza na sexta-feira a cerimónia oficial de encerramento da missão.


In lusa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *