Central sindical: “SE OS DEPUTADOS APROVAREM O OGE NA FORMA COMO ESTÁ, A GREVE NÃO VAI ACABAR NA FUNÇÃO PÚBLICA”

O Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), Júlio Mendonça, advertiu esta sexta-feira, 11 de dezembro de 2020, que se a Assembleia Nacional Popular (ANP) aprovar Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2021 apresentado pelo executivo, sobretudo na forma como está, a greve não vai acabar na função pública. 

Segundo Júlio Mendonça, se um dos documentos que garante a governação do país for aprovado no molde que está,  apenas servirá  para “tirar o proveito aos trabalhadores com salário miserável” e poderá provocar ondas de paralisações na administração pública.

O sindicalista fez esta advertência à saída de uma reunião com o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá, na sequência de uma vigília realizada, hoje, pela maior central sindical do país à frente da ANP, com o propósito de chamar atenção aos deputados no sentido de aprovarem o código de trabalho. 

Júlio Mendonça explicou que o objetivo da vigília é exigir aos parlamentares a assunção das suas responsabilidades, no que concerne à indignação dos trabalhadores face ao “comportamento ilegal e inconstitucional do governo no seu todo”,  que acusa de “violar leis e decretos”. 

Criticou neste particular os deputados, acusando-os de nada ou pouco terem feito para tomar alguma medida que pudesse sanar a atitude do executivo, que considera “ilegal” e que “está afetar apenas interesse superior do país”.

Questionado sobre a posição do líder do parlamento, o sindicalista disse ter recebido garantias de Cipriano Cassamá, que deverá  convocar o governo o mais tardar até terça-feira, 15 do mês em curso. 

Acrescentou que a UNTG está disponível parasentar-se à mesa com o executivo para lhe informar que o “trabalho da arbitrariedade” que está a prestar não está a ajudar o povo.

“Nesse encontro o presidente do parlamento informou-nos que o código de trabalho está agendado na ordem do dia da sessão parlamentar e  que há possibilidade de ser discutido e aprovado, antes de terminar essa sessão”, referiu e disse que a luta iniciada  não vai parar “enquanto continuarmos a assistir  a ilegalidade na função pública guineense, ou seja, só daremos trégua se o governo corrigir os seus atos arbitrários”, advertiu.

Júlio Mendonça sublinhou ainda que a organização que dirige projeta continuar as vigílias em outras instituições, porque a greve projetada para o mês de janeiro é irreversível. Adiantou ainda que a greve só pode ser desconvocada se o governo cumprir com todos os pontos constantes do memorando de entendimento, caso contrário “a greve vai continuar na função pública guineense”.

“Os Políticos não pagam impostos, mas inventaram impostos no orçamento geral de estado para os ombros do coitado trabalhador e servidor público. Têm imposto predial para cobrar, mas não o fazem porque são donos dos prédios instalados em toda parte do país e agora querem tirar proveitos do miserável salário que os funcionários públicos recebem, mas isso não vai acontecer e se ANP aprovar Orçamento geral do Estado como está, a greve não vai acabar na Guiné-Bissau”, alertou.


Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A        

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