ROSINE COULIBALY ADVERTE QUE ONU NÃO PODE SUBSTIUIR AS INSTITUIÇÕES DA GUINÉ-BISSAU E A SUA LIDERANÇA

A Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Rosine SoriCoulibaly afirmou esta segunda-feira, 14 de dezembro de 2020, que a Organização das Nações Unidas (ONU) não pode substituir as instituições da Guiné-Bissau e a sua liderança. Adiantou que podem formar, aconselhar e assistir, mas o real progresso só pode ser feito se houver apropriação nacional e vontade política dos guineenses.

Rosine Coulibaly revelou que, para continuar o trabalho das Nações Unidas no país, foi realizada uma análise de conflito da situação atual, onde foram identificadas as áreas de intervenção que podem fazer diferença para melhorar a situação. 

Acrescentou que a equipa das Nações Unidas que está no país, chefiada pelo Coordenador Residentee está a tentar alinhar as prioridades da ONU com as nacionais no sentido de implementar essas áreas nomeadamente, o desenvolvimento econômico sustentável para todos, a continuação do diálogo político, o apoio às reformas legais e institucionais do país.   

Rosine Sori Coulibaly falava numa conferência de imprensa realizada nas instalações do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz em Bissau, com o objetivo de agradecer o trabalho da imprensa guineense em relação aotrabalho da UNIOGBIS e as suas atividades ao longo dos anos, porque sem a imprensa o povo da Guiné-Bissau não poderia a seguir a ação governamental e dos assuntos públicos.

A representante da ONU informou que, se os profissionais da comunicação social fizerem os seus trabalhos, enriquecem o debate público contribuindo para uma democracia melhor e a consolidação da paz. Adiantando que em 2018 uma missão de avaliação estratégica enviada pelo Conselho de Segurança recomendou o encerramento gradual da missão, como também ordenou estabelecimento de uma reconfiguração da presença de Nações Unidas na sua resolução 24/58 de 2019, confirmada pela resolução 25/12 de 2020.

“No comprimento dessa resolução, o mandato da missão integrada das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau termina a 31 de dezembro do ano em curso. Isso põe assim fim a presença da missão política especial no país, que tinha sido enviada pelo conselho de segurança no seguimento de conflito armado de 7 de junho de 1998”, informou.

Rosine Sori Coulibaly, assegurou que os sucessivos mandatos da missão incluíram a promoção do diálogo político, apoio ao processo da reconciliação nacional, promoção e proteção dos direitos humanos, promoção da igualdade do gênero, apoio ao combate do crime organizado e tráfico de droga, apoio ao estado de direito entre outras.

Questionada sobre a situação do antigo primeiro-ministro, Aristides Gomes que está refugiado nas instalações do Gabinete Integrado das Nações Unidas, Rosine Sori Coulibaly disse que o ex-primeiro-ministro refugiou-se nas instalações da UNIOGBIS porque temia pela sua segurança e vida e a ONU tem dever de proteger qualquer pessoa que esteja numa situação semelhante, assim, mesmo que a missão se vá embora, a ONU continuará a ter esse mandato e obrigação de proteger cidadãos nesse tipo de situação.


Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A     

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