FERNANDO GOMES RENUNCIA A SUA MILITÂNCIA NO PAIGC

O Dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo – Verde (PAIGC), Fernando Gomes, renunciou a sua militância no PAIGC, por não mais reconhecer à atual direção do partido e sobretudo no seu atual líder, a idoneidade, sentido de responsabilidade, de justiça e de serviço público.

Em carta aberta enviada esta terça-feira, 22 de dezembro, à Direção Superior do PAIGC, o também procurador geral da República acusa o partido de promover uma “campanha caluniosa” contra a sua pessoa, afirmando que as acusações de que foi alvo pelo PAIGC, por exemplo,de ter desviado fundos públicos e de alegadamente ter estado envolvido na morte de figuras políticas no país, são puras “ignomínias arquitetadas por medo, desorientação e maquiavelismo”.

Fernando Gomes questiona o fato de o PAIGC não ter manifestado qualquer desconfiança, nem qualquer acusação em relação ao seu desempenho no governo, nem ter promovido nenhum processo disciplinar contra a sua pessoa, desde que deixou o cargo do ministro da função pública em agosto de 2011.

“Quando regressei do exilio para onde fora obrigado a ir, na sequência de golpe de estado de abril de 2012, o PAIGC acolheu-me muito bem, ao ponto de me ter chamado a participar nas suas estruturas no círculo eleitoral 20 e me ter designado como delegado de pleno direito ao último congresso do PAIGC” escreveu, questionando “como pode a direção do PAIGC acolher um militante criminoso e corrupto no seu seio e designá-lo como delegado ao congresso”. 

Fernando Gomes lembrou ter desafiado, em 2014, os cidadãos guineenses e estrangeiros residentes no país para manifestarem alguma prova do seu envolvimento nos crimes de sangue e a apresentarem queixa contra a sua pessoa, sublinhando que “ninguém se manifestou. Nem tão pouco o PAIGC do Domingos Simões Pereira reagiu”.

“Estranha coincidência esta, de a direção do PAIGC só agora, quando foi emitido o mandado de captura internacional contra Domingos Simões Pereira, ter-se lembrado de me acusar como criminoso e corrupto” disse, exigindo que, publicamente, a direção do PAIGC se retrate, admitindo a calúnia que criou e alimentou, e, do mesmo modo, “me apresente desculpas, sem o que me reservo o direito de recorrer à via judicial para defesa da minha honra e do meu bom nome”.


Por: Tiago Seide

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