
Os técnicos nacionais envolvidos no combate ao coronavírus (Covid-19) ameaçam paralisar, a partir de amanhã (sexta-feira), 05 de fevereiro de 2021, todas as atividades ligadas à luta contra a pandemia na Guiné-Bissau.
A ameaça foi tornada pública pelo porta-voz do coletivo, Undiga Mendes, que acusa a Alta Comissária para a Covid-19, Magda Robalo, de falta de diálogo e de pagamento de subsídios de risco.
Na segunda-feira, 01 de fevereiro, Robalo anunciou ter entregue ao governo, através do ministro das Finanças, um plano de trabalho de três meses, até março deste ano, de luta contra a pandemia.
Segundo Undiga Mendes, os técnicos envolvidos no combate à Covid-19 nas regiões não recebem os seus subsídios desde julho do ano passado, realçando que apenas os do Setor Autónomo de Bissau (SAB), do Centro de Tratamento aos Doentes com a Covid-19 e do Hospital Nacional Simão Mendes receberam até agosto de 2020.
“A nível das regiões, alguns técnicos receberam os subsídios, mas de forma duvidosa e valores diferentes dentro da mesma equipa”, indicou.
Undiga Mendes referiu que apesar das diligências feitas, a Alta Comissária não se dignou a dialogar com os técnicos, não obstante terem enviado uma correspondência no dia 15 de Janeiro de 2020 a solicitar um encontro a AC.
“Em consequência da nossa missão, muitos técnicos ficaram infetados e morreram por Covid-19, mas não houve nenhuma manifestação de solidariedade por parte da Alta comissária”, acusou. Contudo, sem anunciar os moldes, Mendes assegurou que vão garantir serviços mínimos a nível do Setor Autónomo de Bissau.
“Nas regiões não temos nenhum caso internado, portanto vamos paralisar o SAB a partir de amanhã até que as nossas exigências sejam atendidas”, anunciou.
Por: Noemi Nhanguan
Foto: N.N