Luta livre: ATLETAS GUINEENSES EM DIFICULDADES NO CENTRO DE ESTÁGIO DE COSTA DE MARFIM

Um grupo de atletas guineenses de luta livre que integra o tricampeão africano da modalidade na categoria de 74 kg, Augusto Midana, trabalha em “péssimas condições” num centro de rendimento na Costa de Marfim, tendo em vista a próxima competição da modalidade a nível do continente africano a realizar-se em abril próximo.

A informação foi transmitida à Rádio Jovem esta segunda-feira, 08 de fevereiro de 2021, por Augusto Midana a partir da capital daquele país, Abidjan, numa conversa telefónica.

“Neste centro que estamos a treinar é igual ao nosso país. A sala onde treinamos é pequena e tem somente com um tapete para vários atletas nacionais e os de Costa de Marfim, que não permite realizar treinos em condições apropriadas para um atleta do alto nível “, disse.

“O nosso objetivo é garantir qualificação para os próximos jogos olímpicos, mas as condições oferecidas para trabalharmos não são favoráveis. A primeira coisa é a motivação. Pode subir todos os dias ao tapete, mas se a cabeça não estiver tranquila devido às dificuldades dificilmente conseguirá alcançar um bom resultado”, explicou Midana.

Natural de Sucuto, setor de Nhacra, região de Oio, o atleta que foi porta-bandeiras da Guiné-Bissau durante a abertura dos jogos olímpicos da China em 2008, revela que as entidades desportivas ligadas à modalidade, incluindo o governo, têm conhecimento das dificuldades que os atletas nacionais estão a enfrentar na Costa de Marfim.

“Acreditamos que o Estado sabe da nossa situação, porque temos a nossa federação de luta. Temos as pessoas do Comité Olímpico que nos enviaram para este local e falei com uma pessoa que me garantiu que informaria ao secretário de Estado dos Desportos sobre as nossas dificuldades, porque treinamos em  péssimas condições neste país”, frisou Midana.

Segundo a explicação de Augusto Midana, depois  da sua participação da Guiné-Bissau no Campeonato de Luta Livre que decorreu no Belgrado, Sérvia, até ao momento não receberam os seus respetivos “per diem”.

“Não podemos continuar nessas condições, competir em nome do país e sem receber contrapartida, porque nós todos trabalhamos no sentido de receber algo, por causa das nossas famílias que esperam muito de nós”, criticou Midana.

Há vários anos, Midana tem trabalho no centro de estágio do alto rendimento em Marrocos, mas devido ao novo coronavírus, as autoridades locais tiveram que fechar as fronteiras, uma situação que bloqueou a entrada do atleta.

Segundo apurou a seção desportiva do Jornal O Democrata, além de Midana estão em Abidjam Diamantino Luna Fafé de 57kg, Debora Valéria Turé de 50kg e Mbundé Cumba Mbali de 65 kg. Este último está com lesão contraída há pouco tempo.

Bedopassa Buassat Djonde de 86 kg encontra-se no país desde o passado dia 05 do mês em curso para a renovação do seu passaporte.

As informações indicam que a Guiné-Bissau  está entre os países convidados para participar no Torneio Internacional (XXIVº Memorial de Lutadores e Treinadores Ucranianos de Destaque), a decorrer de 26 a 28 de fevereiro  na cidade de Kiev, Ucrânia.

Além deste torneio, a Guiné-Bissau prepara-se também para sua participação nos jogos de apuramento africano da modalidade de luta livre, em Marrocos, no mês de abril, a competição que dá acesso à qualificação para os jogos olímpicos.

De recordar que Augusto Midana já arrecadou 17 medalhas para a Guiné-Bissau: 10 de ouro e 7  entre pratas e bronze.

Por: Alison Cabral

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