A Ordem dos Médicos da Guiné-Bissau (OMGB) apelou aos seus sócios que não sejam especialistas na valência de cirurgia a suspenderem todos os atos médicos cirúrgicos.
Em comunicado, assinado pelo Bastonário Agostinho M’barco N’dumbe, “com conhecimento do Procurador geral da República, Presidente da República, Primeiro Ministro, Presidente da ANP e Ministro da Saúde Pública”, com a data de 08 de fevereiro de 2021, a que o jornal O Democrata consultou, esta terça-feira, 09, a organização avisa que qualquer ato médico-cirúrgica que necessita desta valência nos hospitais da Guiné Bissau deve ser mediante uma “autorização” da procuradoria geral da república, autoridade administrativa, autoridade judicial, polícia de Ordem pública para a gestão de urgência em causa.
A decisão vem na sequência da “pressão” exercida sobre o médico Lassana Ntchasso e enfermeiro Arlindo João Quadé, todos sob investigação judicial, acusados de suspeita de negligência médica na morte do ativista e jurista Bernardo Mário Catchura.
Os suspeitos encontram-se em liberdade desde segunda-feira, 08 de fevereiro, depois de terem sido detidos pela polícia judiciária no dia 03 de fevereiro.
No documento, a ordem apela aos seus sócios que atuem e que não são especialistas nas valências de cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, ortopedia, e traumatologia, oftalmologia, pediatria, maxilofacial e otorrinolaringologia, a suspensão de todos os atos cirúrgicos, “tendo em conta as circunstâncias da evolução da investigação do caso”.
Em decorrência dessa decisão, a Ordem dos Médicos da Guiné-Bissau avisa que não se responsabilizará em caso de óbito surgido por falta de especialistas na cirurgia”.
A organização termina o seu comunicado pedindo à compreensão da população guineense, sublinhando que a decisão “é imposta pela circunstância em curso”.
Por: Tiago Seide