
O tenente-coronel na reforma Marcelino da Mata, um dos militares da guerra colonial mais condecorados, morreu nesta quinta-feira(11.02.2021), vítima da covid-1 9, no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), disse à Lusa fonte oficial do Exército.
Marcelino da Mata, natural da Guiné-Bissau, tinha 80 anos e foi um dos fundadores da tropa de elite “Comandos”, sendo conhecido nos meios militares como um dos mais “bravos e heróicos” combatentes lusos, especificamente nas então colónias ultramarinas.
Após a Revolução do 25 de Abril e do fim da Guerra Colonial foi proibido de voltar à sua terra natal, entretanto independente país de origem, e viu-se obrigado ao exílio, em Espanha, até ao contra golpe do 25 de Novembro (que terminou com o Processo Revolucionário Em Curso).
BREVE HISTORIAL DE MARCELINO DA MATA
Foi o militar mais condecorado de sempre do Exército, segundo o ramo. Em 1969, foi armado cavaleiro da “Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito”, após ter subido sucessivamente de patente, desde soldado a major.
Entre as mais de 2000 missões de combate em que participou, naquele que é considerado dos teatros de operações mais difíceis da Guerra Colonial, contam-se as emblemáticas: Operação Tridente , o resgate de mais de uma centena de militares lusos no Senegal; e a Operação Mar Verde.
Marcelino Mata reformou-se em 1980 e foi ainda promovido a tenente-coronel em 1994.
No Verão de 2018, quando se discutiu a sua promoção a major, o “capitão de Abril” Vasco Lourenço insurgiu-se contra tal possibilidade, afirmando, em artigo de opinião no PÚBLICO , que Marcelino da Mata, durante a guerra colonial, cometera “crimes de guerra” na Guiné, com “especial relevo” no ataque a Conacri (Operação Mar Verde).
Na Primavera de 1975, Marcelino da Mata foi detido e torturado por militares e civis ligados ao MRPP no quartel do Regimento de Artilharia de Lisboa.
Foi responsável pela segurança da Universidade Moderna, encerrada compulsivamente pelo Governo do socialista José Sócrates, assim como a cooperativa Dinensino, por falta de viabilidade económico-financeira, após vários escândalos e processos judiciais.
Por: redação
Com Lusa
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