SOCIEDADE CIVIL GUINEENSE APELA À PAZ EM CASAMANÇA

O Espaço de concertação das organizações da sociedade civil apela à paz em Casamança. Em nota publicada esta sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021, na página oficial da Liga Guineense  dos direitos humanos, as organizações lembram que o conflito armado de Casamança, no sul do Senegal, entre o Movimento das Forças Democráticas de Casamansa (MFDC) e as forças Governamentais Senegalesas, que dura há mais de 34 anos, “apesar de ser considerado de baixa intensidade”, tem provocado confrontos armados e causado mortes, destruição de bens, insegurança e deslocação das populações transfronteiriças.

A título de exemplo, as organizações apontam a paralisação ou limitação da campanha de castanha de cajú, com consequências diretas no rendimento familiar e com efeitos na segurança alimentar, a insegurança dos operadores económicos que precisam passar os respetivos produtos pelas zonas fronteiriças, assim como a paralisação ou a limitação do funcionamento dos serviços de saúde e de educação (escolas) nas imediações em conflito.

Também falam do risco de disfuncionalidade de mecanismos de coordenação entre Estados para assegurar a implementação das medidas de prevenção e combate à pandemia da COVID-19 e da epidemia do Ébola, já confirmada na África Ocidental e traumas psicológicos, tanto nos soldados envolvidos, como nas populações locais, com efeitos imprevisíveis, que podem levar inclusive à prática de crimes.

As organizações da sociedade civil sublinham que os efeitos do conflito em Casamança têm consequências tanto para o Senegal, como para a Guiné-Bissau e Gâmbia, com impacto direto na estabilidade político-institucional dos três países.
Por isso, existe a necessidade de uma ação com vista à promoção da paz para que sejam criadas as condições para a cessação do confronto armado. 

“Preocupados com o conflito armado em Casamança, que se agudizou no último mês”, as organizações da sociedade civil membros do Espaço de Concertação ( MNSC, LGDH, TINIGUENA, CONSELHO DAS MULHERES, REMSECAO, PPM, RENLUV, CNJ, RENAJ, RENALJEF, CONAEGUIB, FADPD, FONAEFEP, AJPDH, WANEP-GB, VOZ DE PAZ, FNJP, ASSOCIAÇAO DAS MULHERES JURISTAS, REMUME, NADEL, ACOBES, CNV e FAROL) apelam à cessação “imediata das hostilidades” por ambas as partes, assim como ao Diálogo entre as autoridades Senegalesas e todas as fações do MFDC, com a participação das autoridades da Guiné-Bissau e da Gâmbia, de forma a ser encontrada uma solução para a paz douradora em Casamança e a necessidade de se respeitarem os civis não-envolvidos no conflito em Casamansa. 


Por: Tiago Seide

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