
A nova direção da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB) disse estar disponível para “cumprir com as exigências” da Confederação Africana da modalidade (CAF) com vista ao “licenciamento dos clubes nacionais”, para evitar interdição do país nas futuras competições do organismo.
Segundo esse sistema de licenciamento, apenas estão autorizados a participar nas competições africanas os Clubes que reúnam os critérios de natureza desportiva, infraestrutural, organizativa, jurídica e financeira e que obtenham a concessão da licença da CAF.
A informação foi transmitida esta segunda-feira, 22 de fevereiro, ao Jornal O Democrata pelo vice-presidente da FFGB para a área de Licenciamento dos Clubes, Organização de Provas e Implementação de Futebol, Bonifácio Malam Sanhá, com objetivo de explicar a importância do documento aprovado em Janeiro de 2012, pelo Comité Executivo da CAF.
“O processo iniciou em 2016, na altura a direção da FFGB fez périplos pelos diferentes clubes para transmitir aos responsáveis informações sobre a importância e as vantagens dos clubes trabalharem no sentido de serem licenciados.
Foram criadas todas as estruturas ligadas ao processo de licenciamento, mas infelizmente até agora não conseguimos ter nenhum clube que tivesse trabalhado para chegar ao nível exigido pela CAF. Por isso, a nova direção da FFGB decidiu identificar, na base dos requisitos estabelecidos nos documentos, os clubes que julga poderem atingir o nível de performance que lhes dê as condições para se tornar num clube licenciado”, declarou Bonifácio Malam Sanhá.
Segundo as explicações de Malam Sanhá, nesta primeira fase, a FFGB vai trabalhar com oito clubes, quatro da capital Bissau: Sport Bissau e Benfica, Sporting da Guiné-Bissau, Ajuda Sport Clube e União Desportiva Internacional de Bissau(UDIB) e quatro do interior do país, nomeadamente: o Sporting de Bafatá, Gabú, Balantas de Mansoa e São Domingos.
“A instituição federativa já está a trabalhar com estes clubes para ver se até ao final do ano em curso, se será possível licenciá-los, porque se não conseguimos ter clubes licenciados a partir da época 2021-2022, a CAF pode interditar a participação dos clubes e das seleções guineenses nas competições ao nível das provas que vai organizar”, acrescentou.
Segundo apurou a secção desportiva de O Democrata junto da FFGB, os requisitos básicos para os clubes conseguirem o Licenciamento da CAF passam necessariamente por ter uma sede, um estádio de futebol, ter um secretário administrativo, um contabilista e uma equipa de formação.
Durante a entrevista telefónica com O Democrata, o responsável federativo para área do licenciamento revelou que a FFGB está a trabalhar com o executivo no sentido de estabelecer contratos para que o estádio Lino Correia, em Bissau, seja posto a disposição do Benfica, do Sporting e da UDIB, uma vez que Ajuda Sport Clube (ASC) tem o seu próprio espaço.
Além de ASC, outros quatro clubes do interior têm os respetivos espaços para a prática de futebol.
“Com a implementação deste sistema, a CAF pretendeu lançar as bases de alargamento do conceito de licenciamento ao ordenamento desportivo interno de cada Federação Nacional, com vista a uma sadia harmonização da estruturação interna do Futebol em todos os países que integram a sua jurisdição”, informou Bonifácio Malam Sanhá.
Por: Alison Cabral