
O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, chegou à capital Bissau na noite de segunda-feira, 17 de maio de 2021, para uma visita oficial de pouco menos de 24 horas, vindo da Praia (Cabo Verde), onde esteve em visita de apenas algumas horas. Em Cabo Verde, Rebelo de Sousa disse em declarações aos jornalistas não ver motivos para se “afastar da orientação clara da política externa, de prioridade aos países irmãos de língua portuguesa”.
O chefe de Estado português foi recebido no aeroporto internacional Osvaldo Vieira em Bissalanca, pela ministra do Estado dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades, Suzi Carla Barbosa, e pelo embaixador da Guiné-Bissau em Portugal, Hélder Vaz. O Presidente português fez-se acompanhar de uma delegação constituída por membros do governo e elementos do seu gabinete.
Milhares de citadinos de Bissau estiveram na rotunda que dá acesso ao aeroporto para dar boas vindas ao Professor Marcelo Rebelo de Sousa. Nota-se ainda dezenas de antigos militares portugueses com bandeiras e bandeirinhas com caras dos dois chefes de Estado, o General Umaro Sissoco Embaló e o Professor Marcelo Rebelo de Sousa.
Na rotunda, o chefe de Estado português desceu da viatura que o transportava para centro da cidade para saudar os populares e caminhou alguns metros a pé para depois entrar novamente na viatura e seguiu para um dos hotéis da capital Bissau, por onde vai receber representantes da comunidade portuguesa residente no país.
O Presidente português repetiu o mesmo gesto na rotunda de Guimetal e caminhou a pé todo aquele corredor, da rotunda da Guimetal até ao Palácio de Justiça para de novo entrar na viatura. Um gesto que foi assistido por milhares de pessoas ao longo da avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria que lá foram para saudá-lo.
Rebelo não prestou quaisquer declarações aos jornalistas à chegada à Bissau. Contudo, justificou em Cabo Verde, onde esteve em visita de algumas horas, que “eu não vi razão para me afastar do que é uma orientação clara da nossa política externa e da prioridade que damos aos Estados irmãos de língua portuguesa, aceitando obviamente pontos de vista diversos”.
O chefe de Estado de Portugal recordou aos jornalistas, de acordo com a agência Lusa, que as presidenciais na Guiné-Bissau, realizadas no final de 2019, foram acompanhadas por missões internacionais, nomeadamente da União Europeia, que entenderam “reconhecer como legítima aquela eleição”.
“Portanto, esse juízo internacional, naturalmente, esteve presente e está presente naquilo que é a posição do Presidente da República portuguesa”, disse o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, explicando que chegou a ter contatos com alguns dos manifestantes em Belém.
Marcelo Rebelo de Sousa recordou ainda que há uma “história comum” entre os países desde as independências das antigas colónias portuguesas, reforçada com a criação da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
“Com a afirmação de princípios que sabemos que todos queremos construir apesar da dificuldade da construção, o Estado de direito democrático, a separação de poderes, o respeito pelos direitos fundamentais, mas ao mesmo tempo tem sido uma história de respeito recíproco em relação aquilo que são as opções soberanas de cada Estado”, referiu.
Por: Assana Sambú
Foto: Marcelo Na Ritche