A Associação de Defesa e Proteção de Trabalhadores Domésticos da Guiné-Bissau (ANAPROMED-GB) exigiu o pagamento de salários em atraso, há mais de 20 anos, e a efetivação do pessoal menor (Auxiliares de serviços gerais) que trabalham nas escolas públicas.
A exigência da organização foi tornada pública pelo seu presidente Sene Bacai Cassamá em entrevista esta quinta-feira, 20 de maio de 2021, ao jornal O Democrata’, na qual acusou o Estado guineense de não ter interesse em criar políticas voltadas a essa camada de trabalhadores na Função Pública.
A reação do líder da ANAPROMED surge dois dias depois de um grupo de trabalhadores (pessoal menor) que trabalha nas escolas públicas do país ter pernoitado em frente ao ministério da Educação Nacional e Ensino Superior, exigindo pagamento de salários em atraso, melhorias de condições de trabalho, o que implica também a inscrição deste grupo na Segurança Social e a efetivação na Função Pública.
Segundo Sene Bacai Cassamá, se o governo não encontrar uma solução para resolver a situação desta categoria de funcionários, as exigências vão prosseguir e as pessoas que estão concentradas no ministério da Educação deslocar-se-ão a primatura, para uma vigília e distribuição de cartazes reivindicativos na cidade de Bissau.
De acordo com o líder do grupo, foram recenseados mil e trezentos e oitenta e dois (1382) trabalhadores em trinta e oito (38) escolas públicas na capital Bissau, entre o pessoal de limpeza, contínuos, seguranças e jardineiros.
Não obstante a organização ter remetido o relatório desses dados ao Ministério da Educação, não houve nenhuma reação da parte do governo.
Sene Bacai Cassamá revelou que solicitaram uma audiência com a Presidência da República quatro vezes consecutivas, mas não foram atendidos.
O ativista aproveitou a ocasião para esclarecer que a informação que está sendo veiculada nas redes sociais, usando o dístico da ANAPROMED para dizer que os pais e encarregados de educação dos alunos das públicas é que estão a realizar vigília, “não corresponde à verdade”.
Cassamá disse que, na segunda fase, será recenseado todo o pessoal das escolas públicas de cada região.
Por: Djamila da Silva
Foto: D. S
