Na Guiné-Bissau, não há táxis, transportes entre bairros (toca-toca) nem transportes entre cidades. Sair de um bairro para outro está a ser feito a pé ou de boleia em carros particulares ou de serviço. Está tudo parado. A atividade económica está praticamente paralisada e as pessoas estão a fazer percurso a pé para os seus postos de trabalho.

Em entrevista ao Jornal O Democrata, o porta-voz da Federação Nacional das Associações de Transportadores Rodoviários Públicos, Caram Samba Lamine Cassamá, disse que a greve teve esta quarta-feira, 02 de junho de 2021, uma adesão de 100%.

“Faço um balanço positivo, porque houve uma adesão de 100%. Isso significa que os nossos associados acreditam em nós. Estamos a exigir simplesmente o nosso direito. As regiões estão todas paradas” disse, denunciando o aliciamento e a perseguição dos seus associados por parte das autoridades.

“Estão a utilizar carros de ministérios para transportar pessoas e estão a tirar dinheiro para aliciar alguns condutores. Estão ainda a prometer combustível para os condutores que querem trabalhar. E acima de tudo estão a perseguir-nos. Vejam até que ponto estes governantes são malvados. Prenderam, na semana passada, mais de 700 viaturas. Maltrataram os condutores e cobraram multas de forma abusiva, hoje, querem que os mesmos condutores trabalhem. Isso não pode ser. Somos todos cidadãos”, disse Caram Cassamá.

A greve iniciada hoje termina no próximo sábado, 05 de Junho, e segundo Caram Cassamá, se o governo não cumprir com uma série de exigências a Confederação voltará à carga, de forma sucessiva, com novas paralisações de transportes rodoviários.

A Federação dos Motoristas exige o cumprimento de acordos por parte do Governo, ou seja, que o executivo reduza o número de postos de controlo da polícia,  melhore as estradas e fixe um posto de pagamento único, onde os motoristas infratores possam pagar as suas coimas e multas.

Por: Tiago Seide