As autoridades marroquinas querem uma solução definitiva da questão dos menores marroquinos não acompanhados em situação irregular nos países europeus, anunciou em comunicado o ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Africana e Marroquinos Residentes no Estrangeiro. Segundo a nota, o Rei de Marrocos, Mohammed VI, terá já dado “altas instruções” aos Ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros para que a questão dos menores marroquinos não acompanhados em situação irregular em alguns países europeus seja definitivamente resolvida.
O comunicado revela que numa declaração emitida a 1 de junho de 2021, os Ministérios do Interior e dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Africana e Marroquinos Residentes no Estrangeiro, transmitiram que o Rei de Marrocos teria salientado, em várias ocasiões, inclusive com os chefes de Estado estrangeiros, o compromisso “claro e firme” do Reino de Marrocos em aceitar o regresso dos menores não acompanhados devidamente identificados.
Para o efeito, diz a nota, que foram criados mecanismos de cooperação com alguns países, nomeadamente, a França e a Espanha, que conduziram um processo de regresso a Marrocos de várias dezenas de menores marroquinos.
“A lentidão observada na implementação dessa cooperação está principalmente ligada aos bloqueios, devido aos procedimentos complexos (administrativos e judiciais) em alguns países europeus”, lê-se no comunicado.
O mesmo comunicado enfatizou que Marrocos é o primeiro país preocupado com alguns círculos da sociedade civil, e mesmo por redes criminosas, que utilizam as chamadas “condições precárias” dos menores para explorá-los.
“O Marrocos está disposto a colaborar, como sempre o tem feito, com os países europeus e a União Europeia (UE), para a resolução desta questão”, diz a declaração, sublinhando que o Reino espera que a UE e os países em causa superem os constrangimentos processuais para facilitar essa operação.
Perante esses constrangimentos, o Marrocos “lamenta mais uma vez que a questão da migração, incluindo a questão dos menores não acompanhados, seja utilizada como justificação para contornar as verdadeiras causas da atual crise política com Espanha, cujas origens e fundações são bem conhecidas”.
Porém, conclui a declaração, que as autoridades marroquinas reservam-se ao direito de dar, no momento apropriado, respostas adequadas às “acusações infundadas” do governo espanhol.
Por : redação