O Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá, considerou “tristes, lamentáveis e indignos” de um Parlamento os confrontos físicos e verbais registados na, quinta- feira, 03 de Junho de 2021, na Assembleia Nacional Popular.
Em mensagem enviada aos deputados da nação na página oficial da ANP no fecebook, Cipriano Cassamá disse que não é “razoável” que, num momento em que o país e os guineenses esperam dos “seus legítimos” representantes uma postura com elevado sentido de Estado, sobretudo quando o país está confrontado com uma crise social de enormes proporções, com aumento do custo de vida, paralisação nos setores chaves do desenvolvimento (saúde e educação), greves ininterruptas decretadas pela Central Sindical e tantas outras situações candentes por resolver, que estejam a comportar-se daquela maneira, adiantando que deveriam transmitir um sinal de confiança, de esperança e trabalharem no sentido de, junto do governo, aligeirarem o sacrifício que o povo guineense tem consentido.
Para Cassamá, os deputados deveriam estar preocupados com os acontecimentos de ontem, desafiou-os a apresentar um pedido de desculpas ao povo guineense.
Lê-se na mensagem que na democracia, as divergências de opinião e o debate de ideias são perfeitamente normais, e até salutar, mas o “que não é normal e nem tolerável, é o uso de palavras menos apropriadas e ofensivas que acabam por minar a tão imprescindível discussão de projectos de sociedade de cada formação política e, por conseguinte, com inegáveis prejuízos para o povo guineense”
O líder do parlamento que se encontra no estrangeiro em tratamento médico disse compreender e que até encoraja “fervor na discussão” de assuntos públicos, por o Parlamento ser o centro “nevrálgico do combate político”, contudo afirma que tem que se desenrolar dentro dos limites prescritos na lei, obedecendo sempre aos princípios da ética parlamentar, decoro e urbanidade.
O Presidente da ANP, manifestou o seu repúdio à forma como decorreram os debates que resultaram nos excessos cometidos. Contudo, disse Cassamá, não quer com essa chamada de atenção desencorajar o debate no hemiciclo guineense.
“A troca de ideias deve ter como escopo fundamental a defesa intransigente do interesse nacional, porque afinal de contas foi para isso que fomos eleitos.Temos de prestar contas a esta sociedade, porque não podemos permitir que esta legislatura seja uma vez mais desperdiçada como a legislatura anterior” insistiu, apelando, por isso, à contenção verbal e sentido de responsabilidade de todos os deputados, sem exceção.
Por: Tiago Seide