O porta-voz da Comissão Negocial da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné – Central Sindical (UNTG-CS), João Domingos da Silva, disse esta terça-feira, 8 de junho de 2021, que a suspensão da greve na função pública dependerá na dinâmica no cumprimento ou execução dos pontos que constam do caderno reivindicativo tidos como imediatos pela maior central sindical do país. Contudo, disse que a negociação com o governo está “num bom caminho”.
De acordo com a UNTG, os pontos imediatos e considerados essenciais para a suspensão da greve na função pública são os seguintes: a revogação dos despachos de preenchimento de vagas na administração pública sem concurso público, o desbloqueio de salários dos funcionários, e o reembolso dos descontos feitos aos professores que aderiram à greve.
João Domingos da Silva frisou que a central sindical exige ainda do governo a aprovação imediata de instrumentos que regulamentam o exercício profissional no setor de saúde (carreira do setor de saúde), antes do fim da terceira sessão parlamentar, criação da comissão que deverá analisar as inflações no mercado, tendo em conta os novos impostos aplicados pelo governo e a apresentação da nova proposta de grelha de salários na função pública.
Outra reivindicação apresentada pela UNTG tem a ver com o pagamento da carga horária de trabalho aos docentes e as dívidas contraídas com as empresas públicas privatizadas. O processamento de folhas de salários a partir da função pública e a reativação da comissão mista de implementação e seguimento do memorando de entendimento e adendas assinados para permitir que o sindicato tenha informações claras sobre as reais realizações do governo.
Para o porta-voz da UNTG, os pontos acima citados são imediatos e sua implementação deve decorrer ainda no mês curso.
“Vamos aguardar a decisão do governo num prazo de 48 horas sobre pontos discutidos saídos na negociação desta terça-feira”.
Por seu lado, o diretor-geral da Administração Pública, Carlos Alberto Kennedy de Barros, explicou que os pontos em discussão são apenas no âmbito técnico e que a sua implementação é da competência do governo, porque “há exigências que a UNTG fez e que merecem ser analisadas na reunião do Conselho de Ministros”.
Carlos Alberto Kennedy garantiu que será reativada a comissão mista de implementação e seguimento dos memorandos de entendimento e adendas assinados pelo governo e os sindicalistas.
Reconheceu que a greve na função pública está a ter grandes impactos, principalmente no setor da saúde e da educação.
Por: Epifânia Mendonça
Foto: E.M