O Coordenador do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM G-15), Braima Camará, negou ter recebido qualquer transferência vindo do tesouro público para a sua conta e desafiou os seus adversários políticos a exibirem provas de alegada transferência, como está a ser veiculado nos órgãos de comunicação social. Camará disse que se for provado que recebeu esse valor do tesouro público abandonará a vida política e deixará de exercer as funções de coordenador do MADEM-G15 e de deputado da nação.
Braima Camará falava no período antes da ordem do dia da terceira sessão parlamentar da presente legislatura, na qual revelou que o Estado da Guiné-Bissau retirou-lhe dois terrenos correspondentes a 15 mil metros quadrados, ‘’como se fosse estrangeiro’’.
Segundo o coordenador do MADEM, os dois terrenos : o de Mbatonha e outro que fica na zona industrial de Brá, foram avaliados em 4 biliões de francos CFA, mas o atual governo através do ministro das finanças lhe terá dito que só poderia garantir o pagamento de 3 biliões e 200 milhões de francos CFA para os dois terrenos, o que ainda não aconteceu.
Em reação às declarações de Domingos Simões Pereira, o deputado da Braima Camará disse não compreender como é que o líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) pode ter coragem de dizer coisas sobre a sua pessoa ao ponto de afirmar que o cofre do Estado foi levado para a casa do Braima Camará, “isso é vergonhoso, porque não corresponde à verdade”.
“Como é que alguém pode deixar o Movimento para Alternância Democrática com 27 deputados e o Partido da Renovação Social com 21 deputados para fazer aliança com Assembleia do povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau com apenas 5 deputados, atribuindo-lhe cargos do 1º vice-presidente da ANP, presidência do conselho dos ministros, a função pública e o Ministério do Interior. Isto não passa de má fé”, sublinhou.
Braima Camará assegurou ainda que se um dia o povo guineense confiar-lhe um mandato para governar o país irá retirar Camilo Simões Pereira da casa onde reside, porque não tem direito de ficar com uma casa que pertence ao hospital Nacional Simão Mendes, bem como a casa da Cooperação Francesa e da Policlínica como se fosse um combatente da liberdade da pátria, ou seja, ninguém tem o direito de ficar com três casas do Estado.
No que diz respeito à comercialização de castanha de caju, o líder do MADEM G-15 disse que ninguém na Guiné está em condições de dar-lhe lição de moral sobre essa matéria, porque foi o maior exportador de todos os tempos desse produto estratégico, tendo sido condecorado.
“A questão levantada sobre o preço de castanha de cajú tem a ver com a dinâmica do mercado, onde reina a lei da oferta e da procura, portanto é assim é que funciona o mercado “,notou.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A