O presidente da Federação das Associações das Pessoas com Deficiência, Lázaro Barbosa, denunciou esta terça-feira, 29 de junho de 2021, que as mulheres deficientes sofrem abuso sexual no seio da própria família. Acrescentou que a maioria das crianças fruto de abuso sexual não conhecem os seus pais.
O presidente da federação fez estas denúncias durante a apresentação aos deputados da situação das pessoas portadoras de deficiência na Guiné-Bissau. Lembrou que os últimos dados do recenseamento da população realizado em 2009, indicam que o país registava cerca 13.590 pessoas que tinham algum tipo de deficiência e que representam 0,9 por cento da população guineense.
Lázaro Barbosa disse que existe muita descriminação, preconceito e estigma contra os deficientes na sociedade. Frisou que “o efeito da deficiência é tão negativo que hoje em dia a sociedade guineense precisa compreender a dificuldade que essa franja atravessa, devido à descriminação e à estigmatização”.
Criticou também a forma como a maioria da sociedade vê os deficientes como doentes, porém “a deficiência não é uma doença”.
Revelou que várias crianças deficientes são abandonadas pela família paterna e que as responsabilidades dessas crianças são relegadas para mulheres grandes. Acrescentou que nas regiões as crianças deficientes são mortas, quando nascem com algum tipo da deficiência ou são rotuladas com nomes de “crianças irã e são deitadas ao rio”.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A