Após a sua eliminação: TACIANA LAMENTA FALTA DE CONDIÇÕES BÁSICAS E COMITÉ OLÍMPICO GUINEENSE AFIRMA QUE ATLETA RECEBEU APOIOS

A judoca Taciana Baldé, eliminada dos Jogos Olímpicos de Tóquio2020, lamentou a falta de “condições básicas de trabalho” para um atleta de alta competição, durante o período de preparação para a Olimpíada de Tóquio, que arrancou oficialmente no dia 23 de mês de curso, um ano depois do previsto. 

Taciana Baldé fez esta revelação na sua página oficial Instagram, esta segunda-feira, 26 de Julho, a que a secção desportiva de Jornal O Democrata teve acesso. Na opinião do Secretário-geral do Comité Olímpico da Guiné-Bissau, Oliveira Lopes, no que concerne aos apoios, a atleta não tem queixas contra o Comité Olímpico Nacional, porque foi graças a sua instituição que a judoca conseguiu marcar presença nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020. Revelou também que além do apoio do Comité Olímpico da Guiné-Bissau, Taciana Baldé recebeu ainda apoio do executivo neste sentido.

“Consigo sentir o orgulho em mim mesma de ter chegado até aqui da forma que cheguei, que trabalhei. Muitas vezes não tive as melhores condições que um atleta precisa ter, mas nunca fui de desistir. Coragem é uma palavra que combina totalmente comigo. Começar do zero aos 34 anos e após uma maternidade, desculpa, não é para qualquer um”, escreveu a judoca na sua página na rede social.

“Quando não tive com quem treinar, saí de casa a procura de treinos melhores. Quem me conhece sabe como foi difícil a covid-19 para mim, deixei de ver muitas pessoas que amo, eu realmente fiquei afetada psicologicamente com medo da pandemia e fui superando pouco a pouco pelo fato de, ou eu me preparava para os Jogos Olímpicos ou ficava em casa. E fui à luta mesmo com todo o medo e receio”, explicou Baldé.

A atleta da categoria de 52 kg foi eliminada logo na sua estreia nos Jogos na madrugada de domingo, pela sul-correia, Park da-Sol, nas oitavas de final feminina por ippon. 

Na sua primeira reação oficial após a sua eliminação, Baldé agradeceu a solidariedade que recebeu após o nascimento do seu filho e voltar a trabalhar para ser uma atleta olímpica.

“Mas quero agradecer a todos que estiveram comigo desde o momento em que eu disse que seria mãe e voltaria a ser uma atleta olímpica, a todos que me ajudaram em tão pouco tempo depois de a maternidade estar em alto nível. Foram apenas 2 anos e meio de uma categoria nova (52 kg) sendo que 1 ano estivemos parados por causa da pandemia”, conclui Baldé.

Em reação às declarações da judoca na quarta-feira, 28 de julho, o secretário-geral do Comité Olímpico da Guiné-Bissau, Eugénio de Oliveira Lopes, desvalorizou as revelações da atleta, uma vez que na conversa mantida com Baldé, está terá justificado que a sua eliminação está ligada na sua maioria com a sua paragem em consequência da pandemia da covid-19.

“No encontro que mantivemos ela disse que as dificuldades que invocou estavam mais relacionadas com a situação da covid-19, porque criou-lhe enormes dificuldades para ter acesso aos locais de treinos com vista a busca da qualificação para as olimpíadas de Tóquio”, justificou Eugénio de Oliveira Lopes.

Em entrevista telefônica ao Jornal O Democrata a partir de Tóquio, Oliveira Lopes, revela que, em relação aos apoios, a atleta não tem queixas contra o Comité Olímpico Nacional. Segundo explicações de Lopes, foi graças a instituição que a judoca conseguiu marcar presença nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020. Além do apoio do Comité Olímpico da Guiné-Bissau, Taciana Baldé ainda recebeu apoio do executivo neste sentido.

A atleta que é filha de pai guineense e mãe brasileira, não teve sorte no confronto com Da-Sol que durou apenas três minutos, que acabou por vencer a atleta nacional por 11-0, num combate realizado no Nippon Budokan, na cidade de Chiyoda, Tóquio.

Baldé, que participou assim no seu segundo Jogos Olímpicos, depois do Rio2016, foi sete vezes campeã africana de judo, conta com 20 medalhas na sua carreira entre Ouro, Prata e Bronze.

Com a eliminação da Taciana Baldé, restam agora três atletas da Guiné-Bissau, nomeadamente o velocista dos 100 metros Seco Camará e os lutadores Augusto Midana e Diamantino Fafé.

Segundo apurou a secção desportiva de O Democrata junto da delegação da Guiné-Bissau, o velocista Seco Camará vai competir no dia 01 de Agosto. Os lutadores Diamantino Iuna Fafé e Augusto Midana competem igualmente no mês de Agosto.

Iuna Fafé na categoria dos 57 kg vai competir no dia 04 e Midana fechará a participação Nacional no dia 06. Midana, nove vezes campeão africano e presente nos últimos três Jogos, que tem como melhor resultado o sétimo lugar em Londres2012, e Fafe são as grandes esperanças da Guiné-Bissau para conseguir o pódio na Olimpíada de Tóquio.

A cerimónia de abertura lançou a XXXII Olimpíada da Era Moderna, nas quais serão coroados 339 campeões em 33 modalidades diferentes. No desfile participou apenas um dos 4 atletas guineenses que vão estar em ação na capital japonesa.

Os Jogos Olímpicos Tóquio2020, adiados para este ano devido à pandemia do novo coronavírus, realizam-se de 23 de julho a 8 de agosto de 2021.

Por: Alison Cabral

Author: O DEMOCRATA

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