
A Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau (CGSI-GB) exigiu do governo o controlo de preços dos produtos da primeira necessidade no mercado nacional, para que os trabalhadores e a população em geral tenham o poder de compra.
A CGSI-GB exigiu também o cumprimento da Adenda ao Memorando de Entendimento de 11 de março de 2020, na qual o governo liderado por Nuno Gomes Nabian engajou-se em divulgar o valor monetário da carga horária “indevidamente retirada aos professores“.
As exigências da Confederação foram tornadas públicas esta terça-feira, 3 de agosto, pelo seu secretário-geral, Malam Ly Baldé, à margem das celebrações do dia dos trabalhadores guineenses, data instituída em homenagem aos mártires do massacre de Pindjiquiti, que contou com a atuação da banda musical do exército da Guiné-Bissau que entoaram o hino nacional.
Os trabalhares e membros do governo depositaram coroas de flores no monumento aos mártires de Pindjiguiti e nos cais dos Portos de Bissau para render homenagem aos trabalhadores assassinados pelo regime colonial português a 3 de agosto de 1959.
Malam Ly Baldé disse no seu discurso que é necessário e urgente que o governo respeite a dignidade humana, sobretudo os direitos dos trabalhadores públicos e privados consagrados na Constituição da República e nas demais leis da Guiné-Bissau.
A CGSI-GB exige ainda do governo o pagamento de 17 meses das dívidas salariais em atraso aos jornalistas e técnicos contratados dos órgãos de comunicação social públicos, bem como o pagamento dos atrasados salariais de seis meses aos funcionários do Instituto Marítimo Portuário”.

“O governo deve assumir as suas responsabilidades no que diz respeito à harmonização da tabela salarial para que os servidores públicos possam ter a moral tranquila e trabalhar para a erradicação da fraca qualidade de serviços que prestam”.
Entre outras exigências, a CGSI-GB quer ver igualmente aplicado o estatuto da carreira docente universitária promulgado pelo Presidente da República, para garantir que haja paz social no tecido laboral guineense.
“De contrário, a nossa central sindical ver-se-á obrigada a recorrer aos demais atos reivindicativos previstos na ordem jurídica do país, nomeadamente, greves, marchas, vigílias etc…”.
MINISTRO DA FUNÇÃO PÚBLICA PEDE COLABORAÇÃO DOS SINDICATOS PARA EFETIVAR A REFORMA

Em reação às exigências levantadas pela Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau – Central Sindical (CGSI-GB), Tumane Baldé, ministro da Administração Pública, Trabalho, Emprego e Segurança Social, pediu a cooperação institucional dos parceiros sociais do governo para “todos juntos colocarmos em marcha o plano de reforma e modernização da função pública já em curso”.
Tumane Baldé disse compreender que operar mudanças num sistema implica sacrifícios, mas disse acreditar que com colaboração, grandes resultados serão alcançados.
O ministro enfatizou que depois dos acontecimento de 03 de agosto, a luta dos guineenses agora assume novos paradigmas, porque “estamos a organizar um serviço público eficaz , eficiente e transparente, que potencie o desenvolvimento socioeconómico acelerado”.
Segundo Tumane Baldé, um dos objetivos estratégicos que o executivo definiu é a qualificação, a dignificação, a motivação e a profissionalização dos recursos humanos da administração pública, através de uma política coerente de formação.
“Ciente da imperiosa necessidade de estabelecermos um diálogo social, onde teremos voz para a concretização de um objetivo comum, a implementação da paz social, venho aqui prestar a minha homenagem e a do governo que aqui represento a todos os trabalhadores que lutam todos os dias por uma Guiné-Bissau próspera”, salientou.
O governante lembrou que a Guiné-Bissau é um povo que adquiriu a sua liberdade na luta, pois “na luta continuaremos para construir um país que seja bom para todos os seus filhos”.
Por: Filomeno Sambú/ Assana Sambú
Foto: Marcelo na Ritche