Um dos animadores técnicos da rádio comunitária “Djandjan” de Bubaque, Emerson Francisco Gomes, denunciou ter sido espancado por um elemento da brigada da Guarda Costeira de Bubaque e obrigado a ficar no quartel até às 06 horas da manhã, sem receber nenhum tratamento médico.
O espancamento terá ocorrido na noite da última quarta-feira, 21 de julho, nos subúrbios de Bubaque, quando o jovem técnico, realizador e apresentador de um dos eventos realizados na noite da festa de Tabaski, deixava o mesmo evento em direção a sua casa.
Por aí ele terá sido agredido a, quando tentava apartar confrontos entre um cidadão e o elemento da Guarda Costeira que também esteve no evento, à paisana.
Em entrevista na terça-feira, 27 de julho, Emerson Francisco Gomes explicou que tudo terá começado quando o elemento da Guarda Costeira se envolveu em briga com um cidadão civil que estava a sair do mesmo evento, organizado por um grupo de jovens de Bubaque do qual era um dos membros organizadores.
O animador técnico da rádio comunitária “Djandjan” disse, em entrevista ao jornal O Democrata, que foi espancado, levado para o aquartelamento e obrigado a permanecer na corporação local até às 06 horas da manhã, com intimidações feitas pelo mesmo agente que não lhe permitiu explicar ao colega que estava de sentinela sobre o ocorrido.
Segundo Emerson Gomes, só foi posto em liberdade depois da intervenção do chefe de operações da Guarda Costeira de Bubaque, que teria assumido pagar todo o tratamento médico.
O jornal O Democrata soube que na sequência do espancamento, Emerson Francisco Gomes ficou ferido num olho, o que o fez deslocar-se a Bissau para realizar exames médicos mais avançados, porque a Guarda Costeira não assumiu o seu tratamento médico.
Emerson disse não ter dúvidas que foi espancado por ter sido identificado como uma pessoa que trabalha na rádio, porque alguém teria vazado a informação de que denunciaria a atuação do agente contra o civil.
“O resultado médico indica que tive uma lesão grave por dentro, mas nos últimos dias tenho vindo a sentir-me bastante melhor e consigo ver sem grandes dificuldades”, assegurou e disse que continua em Bissau a fazer tratamento médico com ajuda de familiares.
Emerson Francisco Gomes nega ter ameaçado denunciar o agente porque não estava no evento como funcionário da rádio, mas sim como um dos membros da organização.
“Mas não se tratava de ser uma pessoa que trabalha ou não na rádio. Eu estava lá justamente como um dos elementos da organização. Fui agredido com um muro num olho e depois levado para o aquartelamento em estado grave sem assistência médica”, denunciou e frisou que o assunto é de conhecimento das autoridades administrativas de Bubaque, que já prometeram uma reação.
Por: Filomeno Sambú