Os comerciantes dos principais mercados da capital Bissau ameaçaram encerrar, definitivamente, as portas do mercado, se a decisão do governo de impedi-los de vender aos sábados e domingos continuar a vigorar.
A intenção da Associação dos comerciantes dos mercados de Bissau foi manifestada por Amadu Seide, presidente da organização, que acusou a Alta Comissária de falta de colaboração com comerciantes e de tê-los afastado da elaboração dos planos de sensibilização e de higienização dos mercados.
“Era importante que os comerciantes fizessem parte da comissão de elaboração de qualquer plano ou medida de prevenção contra a Covid-19. Se Alta Comissária tivesse convidado os comerciantes para que trabalhássemos juntos, os nossos associados estariam em condições de conseguir megafones para trabalhar na sensibilização”.
Amadu Seide considera “inaceitável” fechar o mercado de Bandim dois dias sem, no entanto, desinfetá-lo nem sequer fazer limpeza alguma.
O comerciante alertou que enquanto contribuintes do Estado, se a decisão de fechar os mercados, por precaução, por dois dias (sábado e domingo) semanalmente continuar a vigorar, serão obrigados a tomar medidas que acharem necessárias, sobretudo as de encerrar os mercados.
“Hoje em dia não se pode fazer nada relacionado à saúde pública ou saneamento básico sem passar pelo mercado de Bandim, um espaço frequentado quase por todos os consumidores”, salientou.
Por sua vez, Bubacar Martins, Presidente dos retalhistas do mercado do Bairro Militar, pediu respeito aos comerciantes, tendo apelado ao governo a reconsiderar a sua decisão e baixar as taxas aplicadas aos comerciantes, para permiti-los crescer.
“Temos muitos colegas que já não praticam atividade do comércio, por estarem descapitalizados devido aos impostos que pagam e não crescem economicamente. Porque isto tem consequências na vida de muitas famílias e quem tem sofrido muito, se decidir deixar de sofrer reage feio, o que poderá ter consequências e danos imprevisíveis para a sociedade”, alertou.
Por: Filomeno Sambú