FEDERAÇÃO DE MOTORISTAS ACONSELHA ASSOCIADOS A SUSPENDEREM A CIRCULAÇÃO DE TRANSPORTES COLETIVOS

O porta-voz da Federação Nacional das Associações dos Motoristas e Transportadores da Guiné-Bissau (FNAMT), Caram Samba Lamine Cassamá, aconselhou esta terça-feira, 31 de agosto de 2021, todos os motoristas a nível nacional a suspenderem a circulação dos transportes coletivos até ao levantamento das medidas restritivas impostas pelo Decreto governamental que declara o estado de calamidade em virtude da pandemia do novo coronavirus e  da ameaça à  saúde pública, sobretudo no ponto que diz respeito à limitação de circulação dos transportes públicos dentro de cada região.

O responsável da federação reconheceu que  a posição tomada  pela sua organização não é uma decisão, porque a federação é um conjunto de estruturas.

“Temos a consciência clara que durante a vigência do estado de calamidade, a lei não permite à ninguém decretar greves, mas também a lei assiste-nos que, se nos sentirmo ameaçados na estrada ou se não estamos  a ter rendimento podemos simplesmente parar as nossas viaturas em casa”, frisou, tendo anunciado que  a partir de hoje a federação vai  iniciar uma campanha de sensibilização junto dos seus associados para não trabalharem neste momento até que as medidas restritivas sejam levantadas.    

Caram Samba Lamine Cassamá falava em conferência de imprensa realizada na sua sede em Bissau para se posicionar relativamente ao decreto do governo que proíbe a circulação dos transportes públicos de uma zona geográfica para outra.

Segundo Cassamá, “a Guiné-Bissau é o único país a nível da costa de África em que os motoristas não foram  subvencionados pelos prejuízos consentidos na sequência da crise sanitária que grassa  a Guiné- Bissau e o mundo”.

“Em todos os  estados de emergência decretados desde o  início da pandemia, o Estado não isentou das taxas os proprietários, apenas fez uma pequena redução na contribuição dos impostos”, afirmou.

O presidente da FNAMT considerou “impossível” o Estado decretar estado de calamidade que paralisou por completo todo o trabalho dos motoristas, mas o Ministério das Finanças está numa operação de cobrança às viaturas e a viação também está a realizar fiscalização neste momento.

Caram Cassamá criticou a decisão do governo que  limita a circulação dos cidadãos de uma região para outra, mas, no entanto, “as fronteiras terrestres estão abertas, as pessoas estão a viajar para outros países, também as fronteiras aéreas estão abertas e as pessoas viajam de avião para  países com maior número de casos de Covid-19. Apelou às autoridades a repensarem melhor as medidas adotadas, defendendo que a melhor medida seria  acelerar o processo de vacinação para todo o território nacional.     

“Em que país estamos a viver? O governo decretou uma medida que limita a circulação de pessoas , consequentemente os motoristas não podem exercer a cem por cento as suas atividades, mesmo assim o executivo continua a cobrar taxas, isto é chato e não devia e nem podia estar a acontecer”.

Cassamá disse ter constatado que, nesses dias, algumas viaturas particulares estão a aproveitar-se da situação e a transportar pessoas de uma região para outra, fingindo que são familiares.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A

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