O Grupo Parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) em uníssono com os deputados da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), acusou esta quinta-feira, 02 de setembro de 2021, o atual governo de ser responsável pela terceira vaga de novo coronavírus na Guiné-Bissau.
Em nota lida pelo porta-voz do grupo parlamentar do PAIGC, Wasna Papai Danfa, o partido revelou que, de acordo com os cálculos feitos até ao momento, o governo terá acumulado cerca de 100 bilhões de francos CFA em dívida externa a pretexto da prevenção e do combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
O grupo parlamentar condenou “a forma irresponsável e criminosa” como “o regime instalado” está a gerir a resposta à pandemia e exige do executivo a submissão imediata à Assembleia Nacional Popular de uma proposta de orçamento retificativo para o ano 2021, a fim de acomodar os novos empréstimos contraídos.
Os deputados do PAIGC e da APU-PDGB pediram ao Tribunal de Contas que realize uma auditoria rigorosa à gestão dos recursos financeiros obtidos pelo governo, no âmbito da luta contra a Covid-19.
O grupo frisou na nota a que O Democrata teve acesso que a política de favorecimento e do enriquecimento ilícito dos detentores do poder em detrimento da preocupação com as reais necessidades das populações tem provocado, a olho nu, “um autêntico colapso” nos setores sociais, nomeadamente, a educação e a saúde.
“A nulidade do ano letivo por dois anos consecutivos, os hospitais e centros de saúdes em todo o país estão de rastos, incapazes de atender as necessidades básicas dos utentes, com doentes a morrerem de forma escandalosa por falta de cuidados mínimos”, sublinha o grupo em comunicado.
Lê-se na nota que governos responsáveis em todo o mundo afetam recursos adicionais mobilizados para reforçar os seus sistemas de saúde, sustentar os rendimentos das populações mais vulneráveis, apoiar as empresas com vista à preservação do emprego e contrariar a tendência do aumento da pobreza.
“O governo golpista utilizou esses recursos a seu bel-prazer para financiar os gastos dispendiosos das constantes viagens turísticas do autoproclamado presidente, pagar subsídios milionários aos titulares dos órgãos de soberania, recompensar favores políticos com pagamento fraudulentos como foi o caso Nbatonha”.
O Porta-voz do Grupo parlamentar afirmou que os estados de emergência e de calamidade com fortes restrições das liberdades fundamentais dos cidadãos, foram adotados sem autorização prévia do Parlamento, ao mesmo tempo que direitos fundamentais dos cidadãos são constantemente violados, com agressões e espancamentos a pessoas indefesas por supostas violações das medidas restritivas.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A