O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam, pediu aos sindicatos dos professores esta segunda-feira, 11 de outubro de 2021, para se sentarem à mesa com o governo à procura do entendimento, que desbloqueie esta situação que tem prejudicado as populações.
“Todos nós estamos aqui e assistimos aos problemas desta terra! Se não unirmos esforços e deixarmos a política de incendiar a terra, não vamos a lado nenhum. Pedimos aos nossos irmãos professores para se sentarem à mesa com o governo para discutirmos e chegarmos a um entendimento para não prejudicarmos a população” exortou.
O chefe do governo falava aos jornalistas depois da visita à unidade escolar “Dr. José Ramos Horta”, no bairro de Quelelé, à convite da associação dos pais e encarregados da educação na qualidade de morador daquele bairro periférico de Bissau.
A escola “Dr. José Ramos Horta” tem seis mil alunos, 32 casas de banho danificadas e os telhados de algumas salas de aulas estão descobertos pelo vento.
O primeiro-ministro disse que se o governo estivesse a fazer a corrupção faria todo o sentido os sindicatos reclamarem que há dinheiro para pagar as dívidas, mas o governo não as paga. Nabian pediu às organizações sindicais para aceitarem negociar com o governo para discutir as suas exigências e encontrar possíveis soluções.
“Demostramos aos sindicatos a vontade do governo em negociar para mostrar a situação real ou os problemas que existem. Não é só a Guiné-Bissau que não está bem, mas estamos a esforçar para continuarmos a pagar os salários que temos que pagar. Esforçamo-nos para pagar as dívidas existentes”, assegurou o chefe do governo.
“Estão a cobrar dívidas de 2002, 2003, 2004 e 2005. É verdade que as dívidas são para pagar e estamos à procura de oportunidades para resolver essas situações. Não devemos criar problemas ao ponto de recusar atender os pacientes nos hospitais”, lamentou, criticando o boicote dos técnicos de saúde que, segundo o seu entendimento, “não é greve, mas sim ir contra o povo”.
Relativamente à degradação da escola ” Dr. José Ramos Horta”, Nabiam admitiu que é vergonhoso ver as crianças lutarem por lugares para se sentarem, porque as carteiras não são suficientes para que cada aluno tenha uma carteira para se sentar.
“O diretor da escola disse-nos que as crianças brigam para conseguir um lugar na carteira. É vergonhosa essa situação, depois de 48 anos da nossa independência, portanto temos que resolver esse problema. No nosso tempo não tínhamos esse problema, cada aluno marcava o seu lugar na carteira para se sentar durante o ano letivo” disse, garantindo aos pais e encarregados da educação que o governo que dirige vai fazer todos os esforços no sentido de ultrapassar os problemas registados.
“Como filho de Quelelé vou fazer o meu máximo para ajudar. Juntamente com o responsável dos pais e encarregados do bairro vamos ver de concreto que contribuições podemos dar neste sentido” assegurou, para de seguida, pedir à associação à direção da escola um levantamento das necessidades urgentes para a reabilitação dos telhados de pavilhões descobertos pelo vento.
Por: Assana Sambú