
O Vice Primeiro-ministro, Soares Sambú, advertiu esta quinta-feira, 02 de dezembro de 2021, que apesar de todas as iniciativas, o acesso ao financiamento bancário na Guiné-Bissau continua a ser o principal obstáculo à dinamização do setor privado.
Soares Sambú insistiu que a taxa de financiamento da economia do país permanece entre as mais baixas do continente.
O governante discursava na abertura de um ateliê de sensibilização sobre os desafios de financiamento do setor privado, organizado conjuntamente entre a Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS) e o Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO).
Para Sambú, o financiamento constitui um elemento essencial para a criação de novas empresas, alicerce à viabilidade e sustentabilidade dos que estão a operar e que, consequentemente, potenciam o crescimento e desenvolvimento económico e sustentável.
“Um financiamento deve constituir um desafio importante e permanente para o país, em especial para as pequenas e médias empresas ou indústrias”, defendeu.
A Diretora Nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), Helena Nosolini Embaló, lembrou que no contexto da crise pandêmica, o BCEAO manteve a sua política monetária orientada para o benefício da promoção da atividade económica, proporcionando aos bancos liquidez suficiente no qual a sua principal taxa diretora foi reduzida para dois por cento (2%), atingindo um nível histórico “nunca visto” e a taxa mais baixa ao nível do continente africano.
A responsável nacional do BCEAO informou que a instituição concedeu ainda moratórias e créditos, facultando deferimento e prazo de reembolso de empréstimos contraídos, até dezembro de 2020 e salvou da falência cerca de meia centena de empresas.
Na sua intervenção, o presidente em exercício da CCIAS, Mama Samba Embaló, disse que a câmara assumiu o desenvolvimento do empresariado e empreendedorismo guineense como vetor socioeconómico nacional. Acrescentando que a CCIAS como instituição de utilidade pública e reconhecida pelo governo e entidades nacionais e internacionais, deve ser o parceiro privilegiado do executivo, para que uma nova parceria pública privada possa dar o contributo desejável em prol da economia nacional e do desenvolvimento sustentável do país.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A