Os dois atletas da Guiné-Bissau de Teqball não conseguiram participar no mundial da modalidade realizado no último final de semana na Polónia por falta de obtenção de vistos na embaixada de Portugal em Bissau, revelou o presidente da Federação da modalidade (FTGB), Afonso Henrique Djú.
“Deslocamo-nos até à embaixada de Espanha para saber da nossa situação. Informaram-nos que a embaixada espanhola não responde pela Polónia, o executivo teve de fazer uma nota à embaixada de Portugal e até hoje não tivemos uma resposta da embaixada, razão pela qual a Guiné-Bissau não conseguiu marcar presença no mundial da Polónia”, disse.
Henrique Djú informou que no último momento, a federação fez questão de entrar em contato com a Federação de Teqball do Senegal, uma vez que a Polónia tem uma embaixada na capital senegalesa para a obtenção de vistos, mas era muito tarde, tendo em conta as regras para a obtenção dos mesmos.
Henrique Djú falava esta quarta-feira, 15 de dezembro, numa conferência de imprensa na Escola Nacional de Educação Física e Desportos (INEFD) em Bissau, com o objetivo de esclarecer as razões da ausência da comitiva nacional na competição desta nova modalidade desportiva.
O presidente da instituição federativa nacional transmitiu à imprensa que acompanhou a competição a distância, que culminou com a realização da assembleia geral da federação internacional da modalidade.
Questionado sobre eventuais consequências que a falta de participação do país no evento pode acarretar à federação, Henrique Djú disse ser prematuro avançar com quaisquer informações sobre quais serão as consequências da não participação da Guiné-Bissau no mundial de Teqball.
“Do ponto de vista interno, podemos considerar que vai ser um elemento desmotivante, quer para os dirigentes da FTGB, quer para os atletas, embora a situação dos atletas nesta situação seja pior, porque prepararam-se durante um ano completo, participando nas diferentes competições internas”, frisou.
Djú assegurou que a instituição que lidera vai continuar a trabalhar para alargar a modalidade de Teqball às regiões do país, uma vez que a Guiné-Bissau está entre as melhores seleções a nível da África, situando na décima posição do ranking.
Neste sentido, apelou ao executivo a encontrar melhor forma e mecanismos de estar diretamente ligado às embaixadas a fim de resolver os problemas de emissão de vistos aos atletas de diferentes modalidades federativas.
O Mundial de Teqball decorreu entre os dias 08 e 11 de dezembro na Polónia. A dupla Lino Bluté e Gamara da Silva não conseguiram marcar presenças por falta de vistos.
O Mundial da Polónia deveria ter sido a segunda participação internacional da Guiné-Bissau no evento desta modalidade. A primeira foi em 2019, no Mundial de Hungria, no qual o país esteve representado pelo atleta Michel Insumbo, que no meio de mais de 50 países conseguiu figurar no lugar número 33 do Ranking da competição.
O Teqball foi inventado na Hungria, em 2014, e desde aí, rapidamente entrou numa fase de expansão e crescimento enquanto modalidade desportiva, tanto que, hoje em dia, é praticada em mais de 100 países do mundo.
Por: Alison Cabral